Pequeno Catecismo sobre o Santo Rosário.
Fonte: Blog "Tradição Católica em Campo Grande"
Qual é origem do Rosário?
“Desde
que o Rosário foi composto, em princípio e substância, pela Oração de
Cristo (Pai-Nosso) e a Saudação Angélica (Ave-Maria), sem dúvida,
constituiu a primeira devoção dos fiéis e tem sido usado pelos séculos,
desde o tempo dos apóstolos.” (São Luiz de Montfort, O Segredo do
Rosário, 2º rosa)
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Como surgiu o uso de contas?
Já
no século início do século IV, São Pacómio, que tinha dificuldades para
ler e recitar o Breviário (Os Salmos e outras orações) usava pedrinhas
para contar até 150 Saudações Angélicas.
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Como se estabeleceu o uso atual?
“Foi
somente no ano de 1214, que a Santa Madre Igreja recebeu o Rosário na
sua forma presente e de acordo com o método que usamos hoje. Ele foi
dado à Igreja por São Domingos que o recebeu da Bem-Aventurada Virgem
como um meio poderoso para converter os albigenses e outros pecadores.”
(São Luiz de Montfort, O Segredo do Rosário, 2º rosa)
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Em que consiste a oração do Rosário?
“O
Rosário constitui-se de duas realidades: a oração mental e a oração
vocal. No Rosário, a oração mental é nada mais que uma meditação sobre
os principais mistérios da vida, morte e glória de JESUS CRISTO e de Sua
Santíssima Mãe.” (São Luiz de Montfort, O Segredo do Rosário, 1º rosa)
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Em que consiste a oração vocal do Rosário?
“A
Oração vocal consiste em se rezar quinze dezenas de Ave-Marias, cada
dezena precedida de um Pai-Nosso.” (São Luiz de Montfort, O Segredo do
Rosário, 1º rosa)
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Em que consiste a oração mental do Rosário?
Consiste
em rezar a oração vocal, “enquanto que ao mesmo tempo medita-se e
contempla-se as quinze virtudes principais que JESUS e Maria praticaram,
nos quinze mistérios do Santo Rosário.” (São Luiz de Montfort, O
Segredo do Rosário, 1º rosa)
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O que é o Terço?
Chamamos Terço, cada grupo de cinco dezenas em que se contemplam cinco mistérios.
+
O que se medita em cada Terço?
“Nas
cinco primeiras dezenas nós devemos honrar a Jesus e Maria nos cinco
Mistérios Gozosos e meditá-los; nas segundas cinco dezenas os Mistérios
Dolorosos e no terceiro grupo de cinco, os Mistérios Gloriosos.” (São
Luiz de Montfort, O Segredo do Rosário, 1º rosa)
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Pode-se rezar somente um Terço diariamente, ao invés do Rosário completo?
Sim. Em 13 de Maio de 1917, Nossa Senhora assim pediu em Fátima: “Rezai o terço todos os dias.”
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Há um método específico para tanto?
Sim.
Para que durante a semana rezemos o Rosário completo, a Igreja
estabeleceu o costume de rezar um grupo de mistérios em particular,
conforme o dia da semana. Assim, segundas-feiras e quintas-feiras
rezam-se os Mistérios Gozosos. Terças-feiras e sextas-feiras
contemplam-se os Mistérios Dolorosos. Quartas-feiras, sábado e Domingo
meditam-se os Mistérios Gloriosos.
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Quais são os defeitos mais comuns ao se rezar o Rosário em particular?
“O
primeiro é o perigo de não pedir qualquer graça. (...) De modo que,
sempre que se reze o Rosário, tenha certeza de pedir alguma graça
especial. Peça o auxílio de Deus em fomentar uma das maiores virtudes
cristãs ou que Ele o auxilie a combater os seus pecados.” O segundo
grande defeito que muitas pessoas fazem ao rezarem o Rosário é somente
querer chegar ao final. (...) é realmente lamentável ver como a maioria
das pessoas rezam o Santo Rosário. Elas o rezam extremamente rápido e
murmurando, fazendo com que as palavras não sejam pronunciadas
claramente.” (São Luiz de Montfort, O Segredo do Rosário, 44º quarta
rosa)
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Há uma forma mais querida por Deus para se rezar o Terço, ou o Rosário?
“Há
várias formas de rezar o Santo Rosário, mas a que dá a maior glória a
Deus Todo-Poderoso, que faz o melhor por nossas almas e que o diabo mais
teme que tudo mais, é a de rezar ou cantar o Rosário publicamente em
dois grupos. “Deus Todo-Poderoso Se compraz quando as pessoas se reúnem
em oração; os Anjos e os bem-aventurados unem-se para louvá-Lo
incessantemente. Os justos na Terra em várias comunidades se juntam em
oração comunitária de dia e de noite. Nosso Senhor Jesus Cristo
recomenda expressamente a oração em grupos aos Seus apóstolos e
discípulos e prometeu que sempre que dois ou três estiverem reunidos em
Seu Nome, Ele estará no meio deles (Mt XVIII,20). “Como é maravilhoso
ter Jesus Cristo no nosso meio! E a única coisa que temos que fazer para
tê-lo no nosso meio é rezar o Rosário em grupo. Eis porquê os primeiros
cristãos geralmente se reuniam para ora, apesar das perseguições do
Império Romano e do fato de que as reuniões fossem proibidas. Eles
preferiam se reunir mesmo com o risco da morte, do que perder os
encontros, nos quais Jesus estava presente.” (São Luiz de Montfort, O
Segredo do Rosário, 46º rosa)
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Que frutos podem-se esperar da oração em comum?
Vários, os principais são:
“1 – Normalmente nossas mentes ficam mais atentas quando em oração pública do que quando oramos em particular;
“2
– Quando oramos em grupo, a oração de cada um pertence a todos nós e
estas se ajuntam em uma oração ainda maior, a fim de que se alguém não
está orando bem, outra pessoa na mesma reunião que ora melhor estará
compensando pela deficiência do outro. Desta forma, aqueles que são
fortes seguram os fracos, os fervorosos inspiram os mornos, os ricos
enriquecem os pobres, os ruins são contados juntamente com os bons. Como
se pode vender o joio? Misturando-o facilmente com quatro ou cinco
barris de trigo da melhor qualidade.
“3
– Quem reza o Rosário sozinho só ganha o mérito de um Rosário, mas se
ele o reza junto com outras trinta pessoas, obtém-se o mérito de trinta
Rosários. Esta é a lei da oração pública. Quão frutuosa, e quão
vantajosa ela é.”
“4
– O Papa Urbano VIII (...) concedeu cem dias a mais de indulgência,
totis quotis, sempre que o Rosário fosse rezado em dois coros. (...)”
“5 – A oração pública é muito mais poderosa que a oração individual para apaziguar a ira de Deus e obter a Sua Misericórdia.”
“6
- finalmente, quando as pessoas rezam o Rosário juntas é muito mais
terrível ao demônio que em particular, pois na oração pública trata-se
de um exército que o ataca.” (São Luiz de Montfort, O Segredo do
Rosário, 46º rosa)
+
Quais são os defeitos mais comuns ao se rezar o Rosário em grupo?
A
falta de “espírito de disciplina, sem o qual” o grupo reunido para
rezar o Rosário “é como uma cabeça lúcida num corpo paralisado, incapaz
de refrear os excessos dos membros, de estimulá-los e de formá-los. Sem
disciplina os membros se deixarão arrastar pela tendência muito humana
de trabalharem isolados, com o mínimo possível de controle” tentando
impor métodos próprios de oração aos demais; “de se entregarem a obras
ditadas pelo capricho do momento e de as fazerem como lhes aprouver. Que
se poderá esperar de tal procedimento?” (Página 249 da versão de 1965)
+
Como isso se evita?
Isso
se evita pela “disciplina voluntariamente aceita e consagrada às causas
de Deus,” pois nela “reside uma das mais poderosas forças do mundo e
esta disciplina torna-se irresistível, quando usada com firmeza, mas sem
rigidez, e em perfeita harmonia com a Autoridade Eclesiástica." (Manual
da Legião de Maria, 1965, página 249)
+
Essas orações podem variar?
Melhor
não. "(...) Não é permitida qualquer alteração - para mais ou para
menos - quer se trate” dos métodos usados por santos doutores ou "santos
de devoção individual. O mesmo critério deve ser adotado sempre que a
legitimidade de uma alteração possa oferecer matéria de discussão. Esta
regra exige sacrifício é certo, mas outros já o fizeram.” Basta olhar o
Priorado de São Paulo e ver quanto o gosto pela “Salve Regina” recitada
nas orações particulares ocupa ainda lugar especial no coração dos
fiéis. “É verdade que a tolerância” de métodos variáveis não seria “de
per si, grave infração ao uso comum. Contém, todavia, o germe de
divergência dentro do sistema” e é temerosa tal possibilidade. “Há a
considerar ainda que a alma” da Igreja, sua unidade, sua catolicidade
“se manifesta nas suas orações. Temos de convir que estas, pela sua
exata uniformidade, devem ser símbolo da completa unidade de espírito,
de coração, de regulamento e de prática (...)." (Manual da Legião de
Maria, 1965, página 90)
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Mais algum fruto se procede do usar um método único na oração em grupos?
Além
de evitar qualquer espírito de divisão, quando sacrificamos nossa
vontade para rezar conforme aos demais, podemos, sem dúvida, esperar que
Nossa Senhora ame ainda mais nossa oração.
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São proibidos então outros métodos de oração do Rosário em particular ou em família?
Não.
Cada um pode em sua própria casa, ou em particular, usar dos diversos
métodos que o “Espírito Santo inspirará àqueles e àquelas que mais fiéis
se mostrarem a esta devoção”, (São Luiz Maria de Montfort, Tratado da
Verdadeira Devoção, 235), quer seja aquele que se acostumou desde a
infância, quer seja o método de algum santo de devoção.
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É pecado deixar de rezar o terço?
Não
é pecado deixar de rezar o terço, contudo, deixa-se de ganhar muitas
graças, em especial as graças da recitação da Ave-Maria, como diz são
Luiz de Montfort: “Não sei como isto acontece nem por que; entretanto é
verdade, e não conheço melhor segredo para verificar se uma pessoa é de
Deus, do que examinar se gosta ou não de rezar a Ave-Maria e o terço.
Digo: gosta, pois pode acontecer que alguém esteja na impossibilidade
natural ou até sobrenatural de dizê-la, mas sempre a ama e a inspira aos
outros.” (Tratado da Verdadeira Devoção, 251)
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A Ave Maria encerra em si alguma graça especial?
A
Ave-Maria é a mais bela devoção depois do Pai-Nosso. “A salvação do
mundo começou pela Ave-Maria, e a salvação de cada um em particular está
ligada a esta prece; (...) foi esta prece que trouxe à terra seca e
árida o fruto da vida, e (...) é esta mesma prece que deve fazer
germinar em nossa alma a palavra de Deus e produzir o fruto da vida,
Jesus Cristo.” (São Luiz de Montfort, Tradado da Verdadeira Devoção,
249)
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As devoções à Ave-Maria e ao Terço são então penhor de salvação?
“Sempre
se verificou que aqueles que trazem o sinal de condenação, como os
hereges, os ímpios, os orgulhosos, e os mundanos, odeiam e desprezam a
Ave-Maria e o terço. Os hereges ainda aprendem e recitam o Pai-Nosso,
mas abominam a Ave-Maria e o terço. (São Luiz de Montfort, Tratado da
Verdadeira Devoção, 250) Essas orações nos distinguem dos heréticos e
nos marcam exteriormente como membros da Igreja Católica, fora da qual
não há Salvação.
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