sexta-feira, 29 de março de 2013

Os sinais da Páscoa



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Nossa vida é regida pela vitória de Cristo na cruz
Páscoa significa "passagem" ou agradecimento por um caminho de libertação percorrido. Já no Antigo Testamento, isso estava muito presente na vida do Povo de Deus. A Páscoa era sinalizada por diversas passagens: da Caldeia para Canaã, daí para o Egito e do Egito para a Terra Prometida, atravessando o Mar Vermelho e o deserto. Todas foram marcas de libertação.
Hoje, o grande sinal da Páscoa é a ressurreição de Jesus Cristo, o milagre da vida, realizando a grande aliança de Deus com seu povo, sinalizando a passagem do Antigo para o Novo Testamento. Após a morte de Cristo e Seu sepultamento, os discípulos encontraram o sepulcro vazio, sinal “ainda duvidoso” de ressurreição, a qual foi confirmada, mais tarde, com as aparições, tornando-se fonte de fé para os cristãos. 

Para entender os sinais do mistério da ressurreição é preciso acompanhar os primeiros tempos da Igreja. É fundamental compreender a Sagrada Escritura para entender o fato da morte gerar vida. Não é necessário ver para crer, mas o amor conduz o discípulo a ter fé no Cristo ressuscitado.
As cenas da Semana Santa continuam acontecendo ainda hoje. Elas reavivam em nós o caminho da Paixão de Cristo e nos lembram dos sofrimentos de tantas pessoas nas diversas faixas etárias e situações do momento. Além da pobreza vivida por muitos, temos as doenças, a violência no trânsito, as afrontas à vida etc.

Os sinais da ressurreição estão presentes na sociedade hodierna. Eles podem ser vistos naqueles que conseguem vencer na vida, saindo de uma situação de sofrimento para uma vida mais saudável. Isto acontece tanto na condição física como também na via espiritual, no caminho de encontro com Jesus Cristo e na convivência comunitária.

Quem faz a experiência da ressurreição, na prática da vida cristã, deve ter uma nova conduta de vida e passar a olhar e cuidar também das coisas do alto, sobrenaturais e dimensões divinas. Digo isso, porque nossa vida é regida pela vitória de Cristo na cruz.
Desejo uma Feliz Páscoa para todos os leitores!





Dor sem nome



Diácono Nelsinho Corrêa
Hoje é um dia de silêncio e recolhimento, de jejum e penitência. Hoje não tem vídeo-game para as crianças, não tem som alto dentro de casa... Estamos vivendo um lindo dia por sinal.

Repita comigo: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20). Trago outra tradução: “Onde proliferou o delito, a graça transbordou”. E mais uma outra tradução: “Onde, porém, se multiplicou o pecado, a graça transbordou”.

O pecado é essa separação da vontade de Deus. Mas o que é “graça”? A graça é uma provisão a qual temos acesso através de Cristo. Fé e amor são frutos da graça. O Catecismo da Igreja Católica explica que a graça é santificante e deificante.

Eu fiquei tão inquieto em descobrir o que é graça “deificante”, que telefonei para Dom Beni (Bispo de Lorena – SP) e ele me explicou: “Diácono, a graça deificante é uma pessoa. Essa graça é o Espírito Santo”.

É o Espírito Santo que nos leva a esta filiação a Deus. A graça é o próprio Espírito Santo! E esta graça é mais abundante que nosso pecado.

Hoje, Sexta-feira Santa, é um dia de recolhimento. Não é um “teatro” o que estamos fazendo! Muitos nem sabem a importância do dia de hoje, a graça própria deste dia.

A graça de Deus é sobrenatural. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina no número 2005: “Sendo, como é, de ordem sobrenatural, a graça escapa nossa experiência e só pode ser conhecida pela fé”. Uma doença encarada com fé pode também conter uma bênção! O sofrimento, quando é oferecido, pode conter uma graça para nossa vida.

Para muitos que estão nas seitas, pensando que a bênção está tão somente “no carro zero”, no serviço próspero e por aí vai, saiba: a Providência Divina também se manifesta naquilo que Deus não nos concede.

Hoje é o dia em que aprendemos essa verdade: a graça veio a nós a partir de uma desgraça... Afinal, por que bateram tanto em Jesus? Por que lhe deram tapa na cara? Meus irmãos, que pecado Cristo cometeu? Minha gente, eu carrego esse Crucifixo comigo há bastante tempo. E, olhado para ele, eu me recordo que não foi um “boneco” que foi pregado na Cruz! Foi alguém de carne e sangue!

Esse Crucifixo está no peito daquele homem que vende cachaça para aquele pai de família e ajuda a destruir o seu lar. Esse Crucifixo está na parede daquele motel. Esse Crucifixo está no peito daquele paciente abandonado e jogado num corredor de hospital, onde não tem nem médico para o atender. Esse Crucifixo está no peito de um pecador que sou eu! Pelo amor de Deus, não foi um boneco! Foi Jesus! Foi alguém de carne e osso. Esse Crucifixo não é um enfeite!

Jesus teve medo. Quem aqui teve medo também? Ele sentiu solidão. Como você. Ele entende seu coração. E apesar das escolhas erradas que você faz em sua vida, Ele jamais o abandona. Que honra você tem prestado ao Crucificado?

Quem aqui pode imaginar a dor de uma mãe em perder seu filho? Essa é a dor que não tem nome. E essa foi a dor de Nossa Senhora.
Mãe e filho oram durante a pregação do Diácono Nelsinho nesta Sexta-feira Santa

Não é normal um pai ou uma mãe enterrar o próprio filho. O normal é que eles enterrem a nós, pais. Não é verdade? Como é doloroso ver uma mãe indo de hospital em hospital, e sem encontrar vaga para tratar de sua criança, vendo morrê-la em seus braços! Num país tão rico como o nosso, com uma terra tão fecunda, ainda vemos cenas dolorosas como essa.

Entrega essa dor, mãe! O sofrimento ofertado transforma-se em graça. Quero me unir a todas as mães do mundo nesse momento.

Aquela mãe com o filho no braço... Não era um filho qualquer, minha gente! Era Jesus. Ela [Nossa Senhora] o carregou em seu ventre materno. O amamentou. Viu seu filho crescer. Aos doze anos, Maria se perdeu de seu filho. Começa uma procura angustiante ao lado de seu esposo José. E ela o reencontra onde? No Templo, ou seja, na Igreja.

Você que é mãe, que é pai, onde encontrará seu filho perdido? Na Igreja! É lá, rezando. Seu filho é um “velho” de 15 anos, cheio de vícios e rebeldia. E onde você vai encontrá-lo? Na oração perseverante dentro da Igreja. Vá adorar a Jesus Eucarístico! Permaneça na Igreja.

Tem gente que diz: “Eu não tenho tempo para Deus”. Vive se matando de trabalhar para dar o “melhor” para seu filho. Dá tudo. Menos Deus! Esse Deus que deu a vida por você.

Ainda pequenos, fale de Deus para seus filhos. Leve-os à Santa Missa. Eduque suas crianças a assumir a Missa dominical como um compromisso. Não troque Deus por nada.

Chega de tanta ingratidão! Tem gente que nem agradece antes o alimento que come. É preciso ter um coração agradecido. Tudo na vida de seu filho terá sentido, quando você der Deus a ele.

Tem pessoas que ficam angustiadas porque não conseguem uma hora para orar, mas não agradecem a Deus pelo dia ensolarado, ou pela chuva que Ele nos dá. Não sabem agradecer a Deus pelas coisas simples que Ele nos oferece a cada dia.

O amor de Deus por nós é muito maior que o nosso pecado. Vamos errar e, mesmo assim, Cristo continuará nos amando.
Muitas vezes, Deus demora para nos conceder determinada graça. E isso também é uma graça para nós! Às vezes, não compreendemos aquilo como sendo uma graça de Deus. É como acontece quando contemplamos essa dor sem nome, a mesma dor que Maria sentiu com o corpo desfigurado de seu Filho nos braços. Meu Deus, que graça para nós! Tem que ter muita fé para entender essa dor que não tem nome. E é preciso ser muito indiferente para não valorizar tanto amor!

No “sim” de Maria estava a bênção para todos nós. Jesus veio ao mundo e tirou o pecado do mundo. Ao morrer na Cruz, Cristo enfrentou a maior consequência do pecado: a morte. Ele morreu. Durou três dias a festa no inferno. Mas o que aconteceu ao terceiro dia? Jesus ressuscitou!

Nós jogamos em Deus a culpa que cabe a nós! Por que aquele rapaz se acidentou de carro? Porque estava a mais de 140 Km/h onde a placa dizia que o limite era 80 Km/h. Por que aquelas pessoas morreram na enchente? Porque aquela autoridade deu um alvará para se construir casas numa área de risco. Todos temos nossa parcela de responsabilidade. Tem gente que sofre no casamento, porque não ouviu o conselho do pai e da mãe e acabou casando por pura teimosia. Estou falando alguma mentira? É muito fácil jogarmos a culpa do que vivemos em Deus.

Paremos de reclamar da nossa vida, meus irmãos. Agradeçamos mais a Deus. Precisamos crescer e deixar de ser tão chatos. Reaja! Levante a cabeça e perceba o quanto Deus ama você. É a fé que nos põe em pé.

Vida Nova


“Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia” (Atos dos Apóstolos 10,40).

A força do testemunho de Pedro e dos primeiros discípulos sobre a “Ressurreição de Jesus” faz eco hoje e sempre. Foi essa mensagem que me "levantou" no momento em que mais precisei, pois me encontrava num beco sem saída, numa vida sem sentido. O poder de Deus devolveu-me a vida.
Arquivo

A consequência desse anúncio da Ressurreição é a vida nova! Quando estamos no aguardo da intervenção de Deus, em alguma situação, o nosso coração fica na expectativa de que algo aconteça bem depressa. Ao longo da nossa vida, sempre estaremos esperando por uma intervenção, e esperar faz parte. O que não podemos é deixar de acreditar no Senhor.

Ontem, hoje e sempre somos convidados a exercitar a fé. De domingo a domingo, podemos nos preencher de esperança por meio da “fé celebrada”.

“A Eucaristia é o próprio sacrifício do Corpo e Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar pelos séculos até Seu retorno. O sacrifício da cruz confia à Sua Igreja o memorial de Sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo, a alma é coberta de graça e é dado o penhor da vida eterna” (CIC 1322-1323 1409).

A vida de oração é que nos faz seguir sem nunca desistir. Mesmo sem ver acontecer aquilo que você está aguardando, continue a crer. Até Jesus voltar, nós não podemos desanimar; ao contrário, precisamos anunciar que é possível fazer a passagem da vida velha para a vida nova.

Para isso é necessário ser testemunha da “Ressurreição de Jesus” com a mesma força de Pedro. O Santo Sepulcro, o túmulo vazio é visitado, diariamente, na Terra Santa. Jesus ressuscitou!

Para qual situação você está esperando a intervenção de Deus?
Acredite sempre. Com Deus tem jeito

Salvos pela obediência a Deus



Ricardo Sá
Seguimos com o livro de Isaías, no capítulo 53: “Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca)” (Is 53,7).

Hoje é mais um dia para deixarmos Deus agir em nós. Dia de silenciarmos para ouvir a Deus.

Todos nós nos colocamos diante deste mistério, e somos invadidos pelo mundo que enche a nossa cabeça com mentalidades humanas. Pensamentos que entram dentro de nós e nos impedem de entrarmos neste mistério de nosso Senhor, impedindo, assim, de que se realize em nós as graças. É na cruz que encontramos nossa essência.

Com certeza, vivemos bem nossa Quaresma. Entretanto, não estamos ainda prontos para deixarmos a graça desse Mistério Pascal entrar em nossa vida. Meu Cristo, ajuda-nos a sermos cristãos!

Para nós não existe o Mistério da Páscoa, sem o derramamento do Sangue de Cristo. É preciso que eu e você entremos neste Mistério, para que vivamos com intensidade essa Paixão de nosso Senhor.

É possível que você se sinta assim: ferido pelos pecados que cometeu. Mas o Sangue do Senhor nos lava, nos purifica. Ele nos liberta! Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras.
Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras para a salvação de nossas famílias. Não há, não houve e não haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido.

Cristo morreu por você, pela sua família, pelos nossos antepassados. A Igreja nos ensina sobre a entrega livre de nosso Senhor.

Ontem, celebramos a Ceia de nosso Senhor e Jesus que antecipou sua oferta de vida a nós. A Eucaristia será sempre o memorial da Sua entrega.

“Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Rm 5,19).

O Catecismo da Igreja Católica vem nos dizendo: “Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só, todos se tornarão justos" (Rm 5,19). Por sua obediência até a morte, Jesus realizou a substituição do Servo Sofredor que "oferece sua vida em sacrifício expiatório", "quando carregava o pecado das multidões", "que ele justifica levando sobre si o pecado de muitos". Jesus prestou reparação por nossas faltas e satisfez o Pai por nossos pecados.” (CIC §615). Jesus, ensina-me a obedecer!

Chega de desobedecer a Deus! A nossa desobediência já tem nos levado longe demais. É hora de obedecer a Deus custe o que custar. Você precisa obedecer a Deus!

Qual deve ser nosso comportamento para agradar a Deus?

O Espírito Santo não nos deixa “na mão”! Ele é sempre ágil e vai nos indicando o caminho para a obediência. É hora de obedecer a Deus! Busque ajuda a quem poderá verdadeiramente lhe ajudar. Busque a Deus!

Jesus é nosso modelo de obediência. Ele foi obediente até a sua morte de Cruz, por amor a nós. Quando eu desobedeço, acabo rompendo a vida de graça com o Senhor.
"Jesus é nosso modelo de obediência! Ele foi obediente até a sua morte de cruz" (Ricardo Sá)
Acabamos desobedecendo as leis de Deus. Tratando mal as pessoas, não vivendo os mandamentos de Deus. Temos que ser pessoas orantes, que se dobram na presença de Deus.

Obedecer é seguir os comandos. Quais são os comandos de Deus na sua vida? Dê um basta à desobediência!

Obedecer é se submeter à vontade de alguém, à execução de um ato. Reze! O que você tem a oferecer a nosso Senhor hoje?

O Sangue do Senhor nos lava nesse dia. Ele está nos livrando de toda desobediência.

O que acontece com você agora nesse momento é salvação! O Sangue de Jesus recai sobre nós. Fiquemos nesse dia debaixo dos pés da Cruz de nosso Senhor, para que toda a desobediência se afaste de nós.

Para terminar, quero trazer o que o Catecismo nos fala sobre nossa Mãe, Maria Santíssima, participativa do mistério da dor de seu Filho Jesus: “Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que qualquer outro ao mistério de seu sofrimento redentor”

Sexta Feira da Paixão

A Sexta Feira da Paixão
Olharão para aquele que traspassaram (Jo, 19, 37).
Na Sexta-feira Santa faz-se memória da paixão e da morte do Senhor, ou seja, reviveremos ossofrimentos e a morte de Cristo por amor a cada um de nós. Adoraremos o Cristo Crucificado e adentraremos nos seus sofrimentos com a penitência e o jejum.
Lançando o olhar àquele que foi trespassado (cf. Jo 19,37), podemos chegar a seu coração que emana sangue e água como de uma fonte, daquele coração do qual brota o amor de Deus por todo o homem, recebemos o seu Espírito.
Acompanhemos, portanto, na Sexta-feira Santa também nós Jesus que sai ao Calvário, deixemo-nos guiar por Ele até a cruz, recebamos a oferta do seu corpo imolado.











A Eucaristia é o sinal da nova aliança,



Padre Wagner Ferreira
Com a celebração Eucaristica se inicia o tríduo da Páscoa. A liturgia da Igreja nos convida a entrar na dinâmica da graça que o Senhor manisfestou na última ceia, Ele quis anteceder a sua morte e ressurreição, instituindo a Eucaristia, o sacramento do Seu sangue derramado para nossa s.alvação.

A Eucaristia é o sinal da nova aliança, N'ela celebramos a paixão, morte e ressurreição, a Eucaristia atualiza o evento pascal de Cristo. O amor eterno que Deus tem por cada homem, é atualizado e irradiado sempre quando nós se reunimos em torno do altar da Eucaristia.

São João narra a ceia pascal, evidenciando o amor de Deus, Jesus sabia que chegava a hora de ir para perto, Ele se entrega, por amor a mim e a você. Só na fé em Jesus nos possibilita experimentar o amor de Deus, revelado no drama da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.

"Irmãos: O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha."

A Pascoa do Judeu é feita para lembrar de Deus que através de Moises libertou o povo, mas Jesus é cordeiro, que nos livrou de todo o pecado, de todo o mal e da escravidão. A Eucaristia é o memorial do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Que coisa preciosa, todos nós somos capacitados para amamos uns aos outros, como Ele nos amou.
Jesus ensinou o critério de uma vida verdadeira Eucaristia, João Paulo II nos disse no ano de 2005, que era o ano da Eucaristia: "De modo particular torna-se necessário cultivar, tanto na celebração da Missa como no culto eucarístico fora dela, uma consciência viva da presença real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da voz, os gestos, os movimentos, o comportamento no seu todo. A tal respeito, as normas recordam" 

 Como é poder entrar nesta dinâmica de vida entrega, diz Padre Wagner
Que possamos valer, cada Eucaristia. Valemos valer esta Eucaristia no amor uns com os outros, o amor que o Senhor nos ensinou a viver nos lava pés, sobre tudo nos mais necessitados, que saibamos amar como Cristo nos amou.

Jesus quando instiuiu a Eucaristia também estabeleceu o ministério sacerdotal. Hoje na missa pela manhã renovamos os nossos votos sacerdotais.

Apesar da limitação humana de nós padres, posso dizer como é bom ser padre! Como é poder entrar nesta dinâmica de vida entrega, vida que vai se consumindo como um vela no altar, vida que doamos para que outros encontre com Cristo.

Hoje o Papa Francisco na missa do Crisma, disse que nós padres temos que valer a Eucaristia, o exercício do amor. O santa padre ainda afirmou: "O sacerdote, que sai pouco de si mesmo, que unge pouco – não digo “nada”, porque, graças a Deus, o povo nos rouba a unção –, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor. A diferença é bem conhecida de todos: o intermediário e o gestor “já receberam a sua recompensa”.

Cada padre foi ordenado pelo bispo, para receber o sacerdócio de Cristo, para uma vida total Eucarística, todos nós somos chamados a viver o sacerdócio dos batizados, sacerdócio que nos leva a sair de nós mesmo.
 Quero de forma especial falar aos jovens. Queridos jovens não tenham medo do amor de Jesus Cristo, não tenham medo de se deixarem seduzir pelo amor de Jesus, a nossa sociedade, muitas vezes conturbada esperam por vocês, que tocado pelo amor de Jesus sabem amar. "É preciso amar as pessoas como se não tivesse amanhã." Se você jovem amar as pessoas como Jesus, na prática do dia a dia, certamente vocês não se arrependerão e serão felizes. Jovens faça da sua vida o dom de entrega a Deus e aos mais necessitados.

O sacrifício na cruz é por você



Eugênio Jorge
Essa canção nos leva a contemplar o quanto Jesus tem propriedade para dizer: “Ninguém te ama como Eu”. Ele deu sua vida livremente por amor a cada um de nós.

Seja você quem for, esteja no estado em que estiver, mesmo que se considere a última das criaturas, o amor de Jesus e todo Seu sacrifício na cruz é para você.

Mesmo que você se sinta um verme rastejante, saiba: O Sangue precioso de Jesus o faz filho d'Ele. Ninguém o ama como Ele.

O que precisamos fazer, então? Dizer 'sim' para Jesus. Quanto a mim, diz o Senhor, estarei aqui sempre a te esperar. Jesus espera por você!

A Semana Santa é para você! A Semana Santa é por causa de cada um de nós.

Deus é por nós, Deus é por você! Se Ele é por nós, quem será contra nós?

Semana Santa, Semana do Amor Maior.
Deus em sua misericórdia comprimiu seu amor para caber em nós, proclama Eugênio.

Enquanto cantamos, Deus está entrando pelos lares, pelas casas, pelas vidas. Ele está mudando, neste momento, a mentalidade de alguém que não acreditava no amor de Deus, no amor de Jesus. Em algum lugar, eu sei que o Senhor está mudando os rumos da história de alguém.

“O amor de Deus tudo pode e tudo realiza.” Citação de João 15,9-17

O amor de Jesus é algo vivo e atuante. Uma força contínua e ativa. O tempo todo está agindo, salvando, restaurando e curando cada um de nós. O amor de Jesus é essa força maravilhosa que muda o rumo das pessoas e as faz caminhar em pé.”.

Transforma os homens e mulheres em pessoas de bem. O amor de Jesus é algo que se move e faz com que nos movamos. O amor de Jesus vai muito além de um sentimento, pois é uma realidade palpável.

Jesus morreu por você, por todos nós. A morte d'Ele foi por você! O Seu amor foi além, por isso Ele pode dizer: “Ninguém te ama como Eu”. Certamente, daríamos a vida por um amigo, mas jamais por um inimigo nosso.

Deus deu a vida por Seus amigos e inimigos. O amor d'Ele inunda, transborda e, por onde quer que Ele passe, vidas são transformadas, homens e mulheres são chamados à vida.

Precisamos refletir no íntimo do nosso coração: 'Como vai o amor em mim?'
O amor de Deus quer se revelar em meus passos, gestos e atitudes.

O sentimento de amor do Senhor é maior do que nós, mas Ele, em Sua misericórdia, o comprimiu para caber em nós! Jesus se fez pó com o pó para nos amar. O Senhor se curvou até o pó para entrar em nossa vida e nos salvar.

Compreenda o ritual de desnudamento do altar


Fiéis deixam a celebração da Quinta-feira Santa em silêncio

O Tríduo Pascal tem início com a 'Quinta-feira Santa', celebração que faz memória à última ceia de Jesus Cristo com os doze discípulos. Os cristãos são convidados a partilhar deste momento que antecede a Sexta-feira da Paixão, por isso, ao final da celebração, o altar é deixado pelo sacerdote e toda a assembleia sai em silêncio da Igreja.

Antes de deixar a celebração, o sacerdote realiza o ritual de desnudamento do altar, ou seja, todas as toalhas, flores, cruzes e qualquer ornamento são retirados, as imagens são cobertas e as luzes são apagadas.
Desnudamento do altar após a celebração da Quinta-feira Santa

Este momento representa para Igreja que entramos no mistério da entrega de Jesus e Sua agonia no Horto das Oliveiras. Portanto, como os discípulos foram chamados para ficar junto d'Ele, naquela noite, nós também somos convidados a permanecer em vigília.

As hóstias já consagradas são levadas para um outro sacrário. Em muitas paróquias e comunidades, o Santíssimo Sacramento fica exposto para que os cristãos possam realizar o seu encontro pessoal com Deus.

Toda a ornamentação e as luzes da Igreja voltam a ser acesas na Vigília Pascal, quando celebramos a Ressurreição de Jesus Cristo.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Será lançada em breve, Doutrina Social da Igreja em linguagem jovem




Catecismo Jovem
O DOCAT terá o mesmo o design gráfico e formato do nosso Catecismo Jovem


Depois do sucesso do YOUCAT, (Catecismo Jovem), está sendo preparado o DOCAT. O livro tem 12 capítulos e numa linguagem jovem, apresenta a Doutrina Social da Igreja Católica e seu impacto nas áreas de trabalho, negócios, política, meio ambiente e paz.

O DOCAT terá o mesmo design gráfico e formato do Catecismo Jovem. Será baseado em perguntas e respostas. A obra conta com colaboração e orientação do Cardeal Arcebispo de Munique.

A obra que é alemã, será lançada pelo YOUCAT CENTER de Augsburg entre julho e outubro desse ano. A expectativa é que o livro em português seja lançado a partir de 2014.

Papa Francisco realiza sua primeira Catequese com os fiéis


Em sua primeira audiência geral, Papa destacou a necessidade de cada um sair de si mesmo e ir ao encontro do outro
O Papa Francisco realizou na manhã desta quarta-feira, 27, sua primeira audiência geral. Depois de 14 dias desde a sua eleição, o Santo Padre esteve hoje com os fiéis na Praça São Pedro para uma Catequese sobre a Semana Santa.
Logo no início do encontro, Papa Francisco destacou seu reconhecimento e veneração para com Bento XVI e informou que, depois da Páscoa, retomará o ciclo de catequeses sobre o Ano da Fé, como estava fazendo seu predecessor.
 Papa Francisco realiza sua primeira Catequese com os fiéis
Papa Francisco deu uma volta de papamovel na Praça São Pedro, como era costume de seu predecessor, Bento XVI.
Sobre o significado da Semana Santa para os fiéis, Francisco destacou que isto constitui em sair de si mesmo, indo ao encontro do outro, sobretudo daqueles que estão mais distantes, que são mais esquecidos. “Há tanta necessidade de levar a presença viva de Jesus misericordioso e rico de amor!”, destacou o Papa.
O Pontífice recordou que este é o caminho a seguir, lembrando que Jesus, em sua missão terrena, teve atenção com todos, sem distinção: humildes, ricos, poderosos ou indefesos, levando uma mensagem de esperança e a misericórdia de Deus para todos.
“Deus não esperou que fôssemos a Ele, mas foi Ele que se moveu para nós, sem cálculos, sem medidas. (…) Jesus não tem casa porque a sua casa é o povo, somos nós, a sua missão é abrir a todos as portas de Deus, ser a presença do amor de Deus”.
Francisco disse ainda que a Semana Santa é um tempo de graça que o Senhor doa ao ser humano para abrir as portas do seu coração, da sua vida, e sair ao encontro dos outros, fazendo levar a luz e a alegria da fé.
“Sair sempre! E isto com o amor e a ternura de Deus, no respeito e na paciência, sabendo que nós colocamos nossas mãos, nossos pés, o nosso coração, mas em seguida é Deus que os orienta e torna fecunda a nossa ação. Desejo a todos viver bem estes dias seguindo o Senhor com coragem, trazendo em nós mesmos um raio do seu amor a quantos encontrarmos”.

Procissão do Encontro


De um lado os homens, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos, e de outro, as mulheres , com a imagem de Nossa Senhora das Dores. Dessa forma, aconteceu, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho.
Procissão do Encontro

1. Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34 a)
O Senhor nos diz em Sua Palavra para amarmos e orarmos por nossos inimigos. É Ele mesmo quem nos convida para aprendermos d'Ele a viver o perdão.

Aquele que não é capaz de perdoar, jamais será capaz de amar. Porém, nos esquecemos que no céu só nos restará o amor, de nada adiantará nossas obras e gestos, pois se não soubermos amar, não seremos dignos de estar na presença do Pai. (Padre Anderson Marçal)

2. Hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23, 43)
Depois de ter passado pela dor de carregar a cruz, Jesus se encontra crucificado ao lado de ladrões. Neste momento, um deles, em seu último ato, é capaz de “roubar” o céu, reconhecendo seus erros e a presença de Deus através da encarnação do seu Filho Jesus.

Aquele meio, mesmo em meio a dor, se reconheceu pecador e pediu ao Senhor o paraíso. Pediu que Jesus se lembrasse dele quando estivesse no céu. E a resposta de Jesus foi: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).

O Senhor tem um céu para nós, porém, só entra nesse céu aquele que se reconhece pecador. Por isso, neste dia, reconheça todas as suas falhas perante Deus e clame a Ele sua entrada no céu. (Padre Márcio Prado)

3. Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe (Jo 19, 26-27)
Jesus como o Bom Pastor, no altar da Cruz, se entregou por nós. São Paulo, na segunda carta aos Coríntios, usa expressão para falar do grande Mistério da Cruz do Senhor: “Aquele que não cometeu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que n'Ele, nos tornemos justiça de Deus” (II Co 5, 21).

O Senhor não ficou com os olhos voltados para suas dores e chagas, mas olhou para as dores de sua Mãe, e em uma atitude de zelo e cuidado, a entregou ao discípulo amado. Por este motivo, nós todos somos chamados a assumir o lugar dele e aceitá-la como nossa mãe.
Imagem de Nosso Senhor dos Passos levada pelos homens

O discípulo amado é aquele que se une a Jesus Cristo, como fez a Virgem Maria. Dessa forma, todos aqueles que sofrem são convidados a se sensibilizar com a dor do próximo, pois a insensibilidade é fruto do paganismo. (Padre Fernando Santamaria)

4. Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes? (Mc 15, 34)
O sentimento que Jesus teve na Cruz foi justamente para que você e eu não tivéssemos mais dúvida alguma de que Deus está ao nosso lado todos os momentos.

Toda a solidão que hoje está em nossos corações em relação ao auxílio de Deus deve cair por terra neste momento. É o próprio Jesus que nos mostra a presença do Pai em nossas vidas. Ele disse aos discípulos que estaria com eles até o fim dos tempos, e mensagem também se estende para todos nós.

Nosso coração deve ser um coração esperançoso, assim como o de Maria, que mesmo com um semblante de dor é capaz de alimentar a certeza de que Deus é capaz de agir em todas as situações. (Padre Roger Luis)

5. Tenho sede (Jo 19, 28 b)
A sede que está na nossa alma, e estava na alma de Jesus, é uma sede por justiça, caridade e compaixão. A sede que Jesus sentiu naquele momento foi pela ausência dos corações daqueles capazes de amar.

Jesus experimentou a dimensão humana. Ele sabe o que é sofrer e conhece as dores que você tem. Ele tem sede de almas puras, de homens e mulheres bons que O sigam. Tem sede de você, filho e filha.

É nossa santidade de vida que vai matando a sede de Deus. Diga ao Senhor do quanto você deseja saciá-la no Senhor. (Padre Vagner Baia)

6. Tudo está consumado (Jo 19,30 a)
Talvez diante de tantas situações na sua vida, o desejo maior é de abandonar tudo e desistir. No entanto, é preciso caminhar e ser firme, para que sejamos capazes de chegar até o fim do que foi sonho de Deus para nós.
Imagem de Nossa Senhora das Dores levada pelas mulheres

Na criação que podemos ver no Gênesis, quando Deus termina sua obra, Ele vê que tudo aquilo era bom e tudo estava consumado. O ato da consumação significa a entrega total de Deus por nós, entregando tudo, até mesmo derramar seu próprio sangue para nossa remissão.

É tempo de nos fazermos novas criaturas, resgatados pelo sangue de Jesus. Aquele que é imagem e semelhança do Pai não pode deixar nada inacabado, pois a força que nos impulsiona vem do próprio Cristo e do seu sacrifício. (Padre Evandro Landri)

7. Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito (Lc 23, 46 b)
Reflita nesse momento quantas vezes não nos colocamos como instrumento de Deus, assim como o próprio Jesus fez ao ir até as últimas medidas para cumprir o projeto de Salvação.

Aceitar a vontade de Deus em nossas vidas significa se colocar aos pés da Cruz, como um sinal de rendição, dizendo que não somos capazes de nada sozinhos, por isso, dependemos da Misericórdia e da graça do Pai.

Para que o senhorio de Deus aconteça precisamos entregar nossa vontade e nosso coração, submetendo tudo aquilo que nos prende as coisas desse mundo aos desígnios do Senhor. (Padre Egídio Pereira)

A reflexão sobre as sete dores de Nossa Senhora e as sete Palavras de Jesus terminou com a benção aos fiéis, preparando-os para viver com consciência e todos os momentos que a Semana Santa nos convida a meditar.

Contemplemos a Paixão do Senhor

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A nenhum pecador é negada a vitória da cruz
Quem venera realmente a Paixão do Senhor deve contemplar de tal modo, com os olhos do coração, Jesus crucificado, a fim de que reconheça, na carne do Senhor, a sua própria carne.

Trema a criatura perante o suplício do seu Redentor, quebrem-se as pedras dos corações infiéis e saiam, vencendo todos os obstáculos, aqueles que jaziam debaixo de seus túmulos. Apareçam também, agora, na cidade santa, isto é, na Igreja de Deus, como sinais da ressurreição futura e realize-se nos corações o que, um dia, se realizará nos corpos.
A nenhum pecador é negada a vitória da cruz e não há homem a quem a oração de Cristo não ajude. Se ela foi útil para muitos dos que o perseguiam, quanto mais não ajudará os que a ele se convertem? 

Foi eliminada a ignorância da incredulidade, foi suavizada a aspereza do caminho, e o sangue sagrado de Cristo extinguiu o fogo daquela espada que impedia o acesso ao reino da vida. A escuridão da antiga noite cedeu lugar à verdadeira luz.

O povo cristão é convidado a gozar as riquezas do paraíso, e para todos os batizados está aberto o caminho de volta à pátria perdida, desde que ninguém queira fechar para si próprio aquele caminho que se abriu também à fé do ladrão arrependido.

Evitemos que as preocupações desta vida nos envolvam na ansiedade e no orgulho, de tal modo que não procuremos, com todo o afeto do coração, conformar-se a nosso Redentor na perfeita imitação de Seus exemplos. Tudo o que Ele fez ou sofreu foi para a nossa salvação, a fim de que todo o Corpo pudesse participar da virtude da Cabeça.

Aquela sublime união da nossa natureza com a Sua divindade, pela qual “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14), não exclui ninguém da Sua misericórdia, senão aquele que recusa acreditar. Como poderá ficar fora da comunhão com Cristo quem recebe aquele que assumiu a sua própria natureza e é regenerado pelo mesmo Espírito por obra do qual nasceu Jesus? Quem não reconhece n'Ele as fraquezas próprias da condição humana? Quem não vê que alimentar-se, buscar o repouso, sofrer angústia e tristeza, derramar lágrimas de compaixão, eram próprios da condição de servo?

Foi precisamente para curar a nossa natureza das antigas feridas e purificá-la das manchas do pecado, que o Filho Unigênito de Deus se fez também Filho do Homem, de modo que não lhe faltasse nem a humanidade em toda a sua realidade, nem a divindade em sua plenitude.

É nosso, portanto, o que esteve morto no sepulcro, o que ressuscitou ao terceiro dia e subiu para a glória do Pai no mais alto dos céus. Se andarmos pelos caminhos de Seus mandamentos e não nos envergonhamos de proclamar tudo o que Ele fez pela nossa salvação na humildade do Seu corpo, também nós teremos parte na Sua glória. Então, se cumprirá claramente o que prometeu: “Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10,32).

segunda-feira, 25 de março de 2013

Na Semana Santa tudo celebra o Mistério da Salvação


Nesta Semana tudo celebra o Mistério da Salvação, “Ele tomou sobre si a nossas dores, Seu sangue derramou para nos resgatar das trevas e por Suas chagas fomos sarados”. (Isaías 53 O Servo sofredor). Quando celebramos a liturgia e de forma especial nesta semana A Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, não estamos recordando, como num álbum de fotos ou num filme de gravações de memórias passadas. A espiritualidade das celebrações litúrgicas atualizam em nossa vida hoje o Mistério que estamos celebrando, ou seja, estamos vivendo e recebendo as graças eficazes do que estamos celebrando, rezando. Por isso, celebrar a liturgia não é fazer uma simples memória, mas trazer para minha vida hoje, atualizar, tornar novo, Aquilo que nos trouxe Jesus Cristo, seus gestos, Palavras e principalmente o Amor que o levou a morrer por nós na cruz. (Cf. Jo 3,16) Quem garante tudo isso é o Espírito Santo e a intenção verdadeira da Igreja que celebra os Mistérios de Cristo por sucessão apostólica. Isso quer dizer, que recebemos de Cristo e dos apóstolos.
A Santa Missa é a maior oração que podemos fazer, pois Ela é a atualização da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Após a comunhão, apesar da Igreja lotada estava rezando e contemplando O Mistério que enchia meu coração. A Eucaristia, que o Sacerdote consagrou, do mesmo Jeito e Palavras que fez Jesus na ultima ceia com os seus discípulos. Neste momento meu coração triste e saudoso foi preenchido pela presença amorosa de Cristo que derramava seu Sangue precioso sobre mim e ali eu vivi a realidade do amor de Deus, que me resgatava daquele momento de tristeza e saudade. Sua mão ensangüentada tocou em mim.
Ouça o Podcast na integra:
Hoje quero convidar você a rezar e a viver a liturgia desta Semana, clamando as mãos ensangüentadas de Jesus, Suas Santas Chagas e experimentar a ressurreição e a Salvação. Apresentemos onde mais precisamos que Jesus nos toque. É importantíssimo participar das funções litúrgicas na sua paróquia e renovar sua fé e seu batismo junto com a sua comunidade, por isso, procure saber os horários de cada celebração.
O Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor abre solenemente a Semana Santa. No século IV, já encontramos em Jerusalém notícias sobre uma celebração que procurava recordar o mais exatamente possível à entrada histórica de Jesus de Nazaré na cidade. Cristo que é saudado como Messias e Rei entra voluntariamente para sua Paixão. A liturgia das palmas antecipa neste domingo, chamado de páscoa florida, o triunfo da ressurreição, enquanto que a leitura da Paixão nos convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa de Cristo o Senhor.
Sentido do Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal é a maior celebração das comunidades cristãs. A Páscoa é o centro do ano litúrgico, fonte que alimenta a nossa vida de fé. Celebrar o Tríduo Pascal da paixão e ressurreição do Senhor é celebrar a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus que o Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, renovou a vida.
Quando teve início o Tríduo Pascal?
No final do século IV, encontramos já organizado um tríduo pascal, que Santo Agostinho recomendava vivamente a seus fiéis. Formavam, em princípio, o tríduo: a sexta-feira, o sábado e o domingo. É no século VII que o tríduo se inicia com a “Ceia do Senhor” na tarde da quinta-feira, com o que fica ele constituído pela quinta-feira, pela sexta-feira e pelo sábado – aí incluída a vigília pascal. As três datas formam uma unidade: a celebração do mistério pascal.
O que celebramos na Quinta-feira Santa?
O Senhor celebrara com os seus a última ceia no contexto da páscoa judaica: a comemoração da passagem de Israel pelo Mar Vermelho. Nesse dia, Cristo inaugura à nova Páscoa, a da aliança nova e eterna, a de seu pão compartilhado e seu sangue derramado, a de seu amor levado ao extremo e do mandato do amor para nós, a de sua passagem pela morte à ressurreição, a Páscoa que devemos celebrar em sua comemoração. Eucaristia, sacerdócio, mandato do amor e nova Páscoa do Senhor são o conteúdo preciso da missa da Ceia do Senhor. O transporte das formas (hóstias) consagradas à urna para a comunhão da sexta-feira inicia-se no século XIII. O “monumento” (local físico) é elemento acidental e só encontra sentido em vinculação com o mistério celebrado: agradecimento ao amor de Cristo e oração-reflexão do mistério pascal.
O que celebramos na Sexta-feira Santa?
Como vem acontecendo há muito tempo, hoje não se celebra a missa, tendo lugar à celebração da morte do Senhor: o mistério que é celebrado é uma cruz dolorosa e sangrenta, mas ao mesmo tempo vitoriosa e resplandecente. Trata-se de morte, a de Cristo, real e tremenda; mas é passagem para uma vida ressuscitada e eterna. O amor de Deus, que é vida, terá mais poder do que o pecado do homem, que é morte. A celebração incorpora-nos à redenção de Cristo e a seu mistério de salvação universal: pela morte à vida.
O que celebramos na Vigília Pascal?
Contamos com documentos do início do século III, que apresentam alguns elementos desta celebração, tais como: jejum, oração, eucaristia – e até batismo, com a bênção da “fonte batismal”. Vão-se acrescentando depois novos elementos: o canto do Exulte, que se vê documentado no século IV e a bênção do círio pascal, no século V. Pouco a pouco, foi-se enriquecendo esta última, que deve ser “a celebração das celebrações” para o cristão, e a que Santo Agostinho denominava “Mãe de todas as vigílias”. Assim ouvimos com alegria: “Cristo ressuscitou, verdadeiramente, dos mortos”! Num duelo admirável a morte lutou contra a vida, e o Autor da vida se levanta triunfador da morte. Terminou o combate da luz com as trevas, combate histórico de Jesus com os fariseus e todas aquelas pessoas que não acolheram o Reino de Deus. Após as trevas brilhará o sol da Ressurreição!
Oração a Jesus Crucificado
Eis-me aqui, meu bom e dulcíssimo Jesus! Humildemente prostrado em vossa presença, eu vos peço e suplico, com toda alegria do meu ser, que graveis no meu coração os mais vivos sentimentos de fé, esperança, caridade, arrependimento dos meus pecados e firme decisão de mudar de vida. Contemplo com grande dor as vossas cinco chagas, vossas chagas gloriosas de onde jorraram o Teu Preciosíssimo Sangue. Vem tocar em mim com Tuas mãos chagadas e cura-me, liberta-me. Tendo presente as palavras que já o profeta Davi colocava em vossa boca, ó bom Jesus: “Traspassaram as minhas mãos e os meus pés e contaram todos os meus ossos”. Meu bom Jesus crucificado, que eu também saiba aceitar as contrariedade e dores da vida e socorrer os meus irmãos que sofrem. Que neste mundo eu possa viver como pessoa ressuscitada pelo amor de Deus em Cristo Jesus.Amém!

Sou uma pessoa afetivamente madura?

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Jesus Cristo deixou um programa para a nossa afetividade
Todos nós precisamos de cura. Para sermos curados em nossasexualidade e em nossa afetividade precisamos nos abrir ao amor de Deus.

Comecei a trilhar esse caminho por meio de um grande amigo que nunca conheci pessoalmente, João Mohana, sacerdote, médico e psicólogo, um santo de Deus. Ao ficar viúva com vinte e três anos, deram-me de presente um de seus livros: “Sofrer e amar”, o qual me ajudou a dar os primeiros passos no conhecimento do meu grau de maturidade afetiva. Foi com ele que percebi a necessidade de crescer na minha maturidade afetiva a ponto de equipará-la à minha maturidade cronologia.

João Mohana explica: “Hoje, sabe-se que todo indivíduo, homem e mulher, possui uma idade afetiva e uma idade cronológica, e que ambas podem coincidir ou não. Quando a idade afetiva é inferior à idade cronológica, estamos diante de um caso de imaturidade afetiva. Quando iguala ou supera, estamos diante de um caso de maturidade”.
Algumas pessoas que parecem adultas por fora têm o coração imaturo. Não é sadia a imaturidade psicológica no adulto. É um fenômeno anormal. Normal é que o psiquismo vá se desenvolvendo, passo a passo, com o corpo, amadurecendo à proporção que o corpo amadurece.

Jesus Cristo deixou um programa para a nossa afetividade. O programa está expresso no novo mandamento: “Dou-vos um novo mandamento. Que vos ameis como eu vos tenho amado” (Jo 15,12). “Amai-vos” no estilo d'Ele, ou seja, no estilo maduro para o coração humano. Esse programa supõe que nossa afetividade alcance a maturidade.

Para nós cristãos a maturidade humana não é tudo, nela está incluída a santidade. Além da maturidade humana, somos chamados por Jesus Cristo a ser uma “nova criatura”, a fazer com que o Filho de Deus venha à tona em nós. É um processo que leva tempo, pois consiste em pegar a pessoa machucada, sofrida, marcada, amarrada, bloqueada e trazê-la para fora como Jesus fez com Lázaro: “Lázaro, vem para fora!” É preciso que a criatura nova em nós venha para fora. É preciso deixar a cura e a libertação acontecer.

Todos nós sabemos que a maneira como nos comportamos e nos expressamos na nossa afetividade está intimamente ligada à nossa infância. Especialmente o relacionamento com nosso pai, nossa mãe, nossos irmãos que foram modelo para nós. Gandhi dizia que a “a gente imita o que admira”, afirmando que o ser humano aprende por imitação.

Meu pai era muito afetuoso, não só nos seus gestos – em fazer um “cafuné”, dar um abraço, colocar no colo -, mas também com ternura, dizendo: “Eu te amo!”. Passei a minha vida inteira presenciando o afeto entre meus pais e o carinho que tinham com cada filho. Suas expressões de afeto entre um e outro e conosco, seus seis filhos, fizeram de nós uma família amorosa, unida e feliz.

Numa família pode haver segurança econômica, financeira, boa moradia, mas se não há a segurança afetiva entre os pais, expressões de afetos, o resultado será, na maioria das vezes, um adulto reprimido nos seus sentimentos de afetos, emoções de carinho, de ternura. Se ficar doente, terá tudo, menos afeto. João Mohana chama isso de “subnutrição da afetividade na infância”. Mas também ele diz: “O excesso de afeto pode levar à imaturidade, por vir a exigir um estilo de convívio com os outros semelhante ao que se habituou a ter na infância. Serão os insaciáveis nos grupos e nas famílias. Tanto excesso como carência de afeto na infância podem gerar as seguintes expressões de imaturidade na idade adulta: desconfiança, insegurança, agressividade, dependência, hermetismo, complexos, inibições, fugas, desajustamento e até perda de sentido da vida”.

É por isso que para o cristão é tão importante o sobrenatural integrado ao natural, à sua maturidade afetiva. É o que expressa São Paulo:

“Assim, ele capacitou os santos para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo até chegarmos, todos juntos, à unidade na fé no conhecimento do Filho de Deus, ao estado de adultos, à estatura do Cristo em sua plenitude. Então, não seremos mais como crianças, entregues ao sabor das ondas. Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça”(Ef 4,12-14a.15).

Este é o trabalho da graça de Deus em nós, e todos nós devemos colaborar. Pelo Espírito Santo que nos santifica, vamos rumo à nossa maturidade humana e cristã.

Deus é paciente com nossas fraquezas, diz Papa em Missa na Casa Santa Marta


Santo Padre convidou fiéis a refletirem, durante a Semana Santa, sobre a paciência que Deus tem com cada um
Deus é paciente com nossas fraquezas, diz Papa em Missa na Casa Santa Marta
“Como tem sido, na minha vida, a paciência de Jesus comigo?”, foi a reflexão proposta por Papa Francisco em Missa celebrada hoje, 25
Durante a Semana Santa, pensemos na ‘paciência’ que Deus tem com cada um de nós. Isso foi o que disse Papa Francisco, na manhã desta segunda-feira, 25, durante a breve homilia da Missa presidida, como de costume, na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.
Papa Francisco inspirou-se no trecho do Evangelho de hoje (João 12,1-11), que mostra a paciência que Jesus tem com Judas. Nessa passagem, o apóstolo critica a escolha de Maria, irmã de Lázaro, de ungir os pés de Jesus com meio litro de precioso perfume, defendendo que o melhor seria vendê-lo e dar o dinheiro aos pobres. Porém, o evangelista ressalta que a Judas não interessavam os pobres, mas o dinheiro que roubava.
“Jesus não lhe disse ‘Você é um ladrão’. Com amor, foi paciente, procurando atraí-lo a Si com a Sua paciência, com o Seu amor. Fará bem a nós pensar, nesta Semana Santa, na paciência que Deus tem conosco, com as nossas fraquezas, com os nossos pecados”, disse Francisco.
Também o trecho de Isaías, na primeira leitura, notou o Papa, ao apresentar o ícone daquele ‘servo de Deus’, destacou de Jesus a mansidão e a paciência, que é do próprio Deus. “Quando se pensa na paciência de Deus, é um mistério! Quanta paciência Ele tem conosco! Fazemos tantas coisas, mas Ele é paciente”.
O Santo Padre recordou ainda a figura daquele pai, retratado no Evangelho, que viu o filho de longe, aquele filho que tinha ido embora com todo o dinheiro de sua herança. “E por que – questionou Francisco – o viu de longe? Porque todos os dias ia para cima para ver se o filho voltava”. Esta é a paciência de Deus, a paciência de Jesus, repetiu o Papa.
O Pontífice concluiu reforçando o convite para que se pense na paciência que Deus tem com todos os Seus filhos. “Pensemos em um relacionamento pessoal nesta Semana Santa: como tem sido, na minha vida, a paciência de Jesus comigo? Somente isso. Depois, sairá, do nosso coração, uma só palavra: ‘Obrigado, Senhor! Obrigado pela Sua paciência”.

Não entregue sua alma a tristeza

Nós, brasileiros, somos muito afetivos, sentimentais, e conseqüentemente gostamos de "curtir" a tristeza. Podemos constatar isso na nossa música raiz que cultiva tristeza, saudade, traição... Acabamos entregando nossa alma à tristeza muito facilmente e por qualquer motivo. O Senhor sabe que tivemos e teremos tristezas. Assim como Jesus disse: "pobres, vós sempre os tereis", Ele poderia dizer: "tristezas, vós sempre as tereis".

O próprio Jesus passou por muitas tristezas. Mas há uma total diferença entre ter tristeza e "se entregar à tristeza". Deixar-se ser tomado pela tristeza: pressionado, atormentado, escravizado mesmo pela tristeza.
Temos o vício de ficar recordando o que nos causou mágoas. Basta uma pessoa dizer algo que nos ofenda, já ficamos ruminando, e aquilo cresce, se avoluma dentro de nós. É como as claras em neve: de tanto "bater", recordando, recordando... o sentimento cria volume dentro de nós. De repente, aquilo nos toma totalmente e nem conseguimos mais respirar.

"Entregue ao Senhor todas as situações de tristezas", ensina monsenhor Jonas


Precisamos ser firmes. Não podemos acumular sentimentos ruins em nosso interior. Todas as situações dolorosas que vivemos já são mais que suficientes. Então, para que guardar e ruminar situações que nos fazem sofrer?
Seu filho vive lhe causando um enorme desgosto com a bebedeira, ao se drogar, vivendo a vida na prostituição? Seu marido lhe causa desgosto com a bebida, com jogo, e vive causando problemas? Isto já é mais que suficiente. Você não precisa, além disso ficar ruminando sofrimento. 

É como o povo diz: "curtindo fossa". Basta o sofrimento nosso de cada dia!
O que não pode acontecer é ficarmos recordando a situação, remoendo-nos em nossos sentimentos, cultivando e curtindo ressentimentos. Isto se torna um verdadeiro tormento. É suicídio porque "a tristeza matou a muitos".

Entregue ao Senhor todas as situações de tristeza e faça uma verdadeira renúncia:
Senhor, renuncio ao mau hábito de ficar ruminando a tristeza. Renuncio a todos esses pensamentos diante de Ti e da Tua palavra. Retira de mim, Senhor toda mágoa, todo ressentimento e todo gosto de ficar curtindo tristezas e decepções. Cura e transforma a minha mente, Senhor. Dá uma guinada na minha vida. Se aconteceu algo ruim, já é passado: não preciso mais ficar cultivando. Não quero, Senhor, e renuncio. Obrigado, Jesus, porque me libertas e afastas de mim toda escravidão.



Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 22 de março de 2013

A necessidade do Silêncio!


Muito me incomoda em nossos tempos modernos o barulho excessivo e generalizado, ou seja, a falta de silêncio interior e exterior. Também para podermos rezar, tomar decisões, escutar a Deus a si mesmo e aos outros. Outro dia fui ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e li numa das colunas internas do Santuário o apelo:silêncio também é  oração! Parece que diante de tudo que a gente vive é necessário falar o tempo todo, pouco se faz silêncio, um dos motivos, penso eu é que na verdade nós temos medo do que vamos ouvir, por isso, o silêncio nos incomoda tanto e também nos tempos de hoje não educamos as pessoas para ouvir, vivemos no meio de muita informação e pouca comunicação.
Enquanto o caminho aperta e acelera em direção à Cruz e a Páscoa de Nosso Senhor Jesus é necessário silenciar. Não podemos fazê-lo sem passar pela ORAÇÃO nos exercícios espirituais de conversão, percebo o quão necessário é silenciar. Mesmo porque, se oração é diálogo é fundamental que ela seja intercalada de profundos momentos de silêncio. Este tem a função de abrir espaço para a Palavra do Senhor, sua direção e suas moções, mas também abre espaço para ouvir a nós mesmos e aos outros. Hoje não sabe-se falar, por quê não se forma para escutar, para compreender, para sentir com o irmão.
Quem fala quando deveria silenciar, está cheio de si mesmo e quem silencia quando deveria falar, erra, omite-se. Silêncio fecundo gera diálogo, movimento, mudança, conversão. Existe silêncio que é fuga e existem aqueles que geram comunicação, aproximação, dá qualidade a palavra, ao gesto concreto, a ação.
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Escute o Podcast: 
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É verdade que o silêncio é imprescindível para rezar, mas não só para isso. Para qualquer diálogo é preciso escutar, calar e ouvir o outro, nós aprendemos a falar porque escutamos nossos pais e irmãos falando e começamos a dizer as primeiras palavras. É necessário escutar bem para falar bem e na hora certa. É necessário ouvir para aprender. Silenciar para se ter coragem para reconhecer o homem interior. É uma viagem tão pequena a que se faz da mente ao coração e do coração aos lábios, mas nós temos um medo muito grande de realizá-la, porque não sabemos o que vamos encontrar. Muitas vezes porque sabemos não temos coragem de se recolher no coração e se deparar com alguns monstros bem conhecidos.
Existem alguns níveis de silêncio que fogem muitas vezes do padrão, pois Silêncio não é somente ausência de barulho.
É verdade que o primeiro nível de silêncio é o exterior, que pode incomodar muito e interferir em nossa vida e em nossa saúde. “Sem recolhimento não há profundidade”, e vivemos na superficialidade, fazendo muito barulho para não escutar os gritos do nosso interior. Por exemplo, o barulho das grandes cidades hoje é um problema até de saúde publica, notam-se as famílias procurando residências afastadas dos grandes centros, sítios e cidades menores. A necessidade do silêncio para descansar o corpo e a alma.
O silêncio interior é antes de tudo o mais necessário e imprescindível para o ser humano, para o seu equilíbrio, para discernir e tomar decisões, para ouvir a sua consciência. Mesmo porque haverá momentos que mesmo em meio a muitas pessoas conversando, trabalhando, ou até se divertindo, isso não vai me incomodar pelo nível do barulho que esta se fazendo e pelo silêncio interior que existe dentro de mim. Por isso, a ausência de barulho interior, agitação, nervosismo e distração são essenciais para a vida de todo ser humano.
Este estado de espírito se desenvolve em nós quando construímos e temos a PAZ. Esta paz não é somente ausência de guerra, de confusão, de brigas, mas ela provém de um caminho de maturidade e equilíbrio que vou fazendo em minha vida, de escolhas, de pessoas que caminham comigo, pois o grupo que me associo pode me tirar ou me dar à paz, e isso influencia diretamente no meu interior, no silêncio ou no barulho e confusão que eu transmito. Daí eu me torno promotor da paz ou da confusão, do silencio ou do barulho.
Shalom é o nome da paz do ressuscitado, uma PAZ completa que atinge o corpo e a alma de cada homem e mulher, que ultrapassa as condições externas e nasce de uma experiência interior, de uma coragem de encarar a vida e de escutar as vozes de dentro e de fora. Jesus disse para os discípulos com medo e escondidos no cenáculo depois da experiência traumatizante da cruz: “Deixo-vos a Paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração” (cf. João14, 27). Quando Deus visita o interior de nosso coração nasce a Paz, o SILÊNCIO e a Coragem.
Por isso, Silêncio não é somente uma questão de PSIU! E como é chato ter a necessidade de fazer ou ver e ouvir alguém colocando o dedo indicador na boca e fazendo esse barulho PSIU, que mais irrita do que resolve. O que resolve na verdade é a Paz, o Shalom que é a mãe do silêncio interior que transborda para nossa vida exterior. Desejo para você a Paz, para que possa ter o silêncio e as condições para decidir e viver melhor a sua vida! Se o silêncio é o porteiro da vida interior, façamos com coragem essa viagem preciosa da mente ao coração. Ao mundo desconhecido de nossa alma, de nossa consciência sem medo do que vamos encontrar dos monstros e das situações do passado e do presente, inferioridade e tantas outras coisas que guardamos dentro de nosso interior e que o barulho sufoca essas situações de manifestassem e serem resolvidas.
Sem recolhimento não há profundidade, sem silêncio não se ultrapassa a porta desde mundo interior que esta nosso coração e precisa vir para fora. E você verá que conhecendo encontrará mais surpresas agradáveis.
Convido a rezar comigo essa oração A Virgem Mãe do Silêncio:
Oração: Virgem do Silêncio, Tu que ouve nossas vozes, ainda que não falemos, pois compreende no movimento de nossas mãos a linguagem de nossos corações. Não te pedimos Senhora, que nos dê a voz e o ouvido para nossos corpos, mas sim que nos conceda entender a Palavra do teu Filho e o discernimento dos espíritos e das situações. Chegar a Ele com amor para salvação de nossas almas.
Queremos amar nosso silêncio para evitar a calunia, o ódio e o pecado, as decisões sem pensar e calando dar testemunho de nossa fé. Queremos oferecer-te o silêncio no qual vivemos para que todos te chamemos de Mãe e sejamos verdadeiros irmãos, sem ódios, nem rancores, como filhos teus. Pedimos que traduza nosso arrependimento, nossas palavras quando não conseguimos expressar diante do teu Filho, na hora das decisões, das escolhas e na hora de nossa morte, para que na outra vida, possamos ouvir e falar cantando tua louvação por toda a eternidade. Amém
“Sua mãe guardava todas estas coisas no coração” (Lucas 2,51).
Minha benção fraterna+