segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A renúncia de Bento XVI à luz do Ano da Fé



Dom Odilo Pedro Scherer
No dia 28 de fevereiro, o Papa Bento XVI deixará a Cátedra de Pedro e seu gesto de renunciar, surpreendeu a muitos. À luz do Ano da Fé, proclamado pelo mesmo Pontífice em outubro do ano passado, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, faz uma análise sobre a decisão do Santo Padre e afirma: “o Papa, neste gesto, nos dá a entender que a fé vai adiante, na missão da Igreja, no seu testemunho que continua a pregar, anunciar e transmitir a fé.”
“A fé da Igreja é da Igreja e, portanto, o Ano da Fé continua e outro Papa estimulará a Igreja a vivê-lo e fará sua conclusão. É a fé da Igreja à qual nós aderimos pessoalmente e na qual nós vivemos. Essa fé vai avante a dois mil anos e hoje nós a professamos, mas amanhã serão outros”, considerou Dom Odilo.
Outro destaque do cardeal sobre a renúncia do Papa e o Ano da Fé é que, segundo ele, é uma oportunidade para que os fiéis renovem a fé na própria Igreja, conforme professado na oração do Credo: “...creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica”.
“Nós cremos na Igreja e ela não depende unicamente das pessoas que agora a servem. Ela é muito mais que as suas pessoas. Ela é também a Igreja que já foi, que está no Céu e que amanhã será. Portanto, crer na Igreja não é fazer depender necessariamente de uma ou outra pessoa. Os bons exemplos das pessoas, a vivência de santidade, constroem a Igreja para o hoje e o amanhã”, salientou.
Por outro lado, explica o cardeal, o mau exemplo, o mau que alguém, infelizmente, pode cometer, não compromete o bem da Igreja a ponto de destruí-la. “Nós, por mais que queiramos, não destruiremos a Igreja, porque as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
Para Dom Odilo, é preciso renovar a fé nesta mesma Igreja que, na palavra de Seu Fundador, Jesus Cristo, está respaldada pela Sua presença até o fim dos tempos.
“Faz parte da condição humana a falibilidade, isto é, a possibilidade de cair em tentação. Como é parte da condição humana a virtude, o bom exemplo, o bom testemunho, fruto da fé. A Igreja, sobretudo, é animada pelo Espírito Santo. Jesus Cristo prometeu estar sempre com ela. Então, neste momento, devemos renovar essa profissão de fé: creio na Igreja, sim! Deus cuida de Igreja e vai cuidar dela daqui por diante também”, concluiu.

Conheça os cardeais que elegerão o novo Papa


Vaticano hospedará cardeais durante todo o Conclave
Após o dia 28 de fevereiro, data da renúncia do Papa Bento XVI, iniciam-se os preparativos para o Conclave, momento em que cardeais se reunirão para a eleição do novo Papa.
Um novo tempo para a Igreja deve ter início com a nomeação do sucessor de Bento XVI. Assim, todos se preparam para este período de transição.
infografico nomes cardeais

Espiritualidade beneditina no pontificado de Bento XVI


O pontificado de Bento XVI sempre foi marcado pela espiritualidade de São Bento
papa-bentoxvi-rezandoA espiritualidade beneditina sempre foi marcante no pontificado do Papa Bento XVI, desde a escolha do seu nome até a data da declaração de sua renúncia. O costume do Papa escolher outro nome para o pontificado existe desde o final do século X. Devoto de São Bento, Joseph Ratzinger adotou o nome do santo para a missão que teria início em 2005.
Para o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que viveu no monástério por quase 30 anos antes de ser nomeado bispo, a escolha definiu a missão de Bento XVI: “como São Bento, estar em um tempo de ‘mudança de época’ e, ao mesmo momento, com catequeses e vivências profundas numa vida de oração e pregação, fortalecer a fé do nosso povo”.
O próprio brasão escolhido por Bento XVI indica a presença da espiritualidade beneditina, comoexplica a Santa Sé: “O escudo adotado pelo Papa Bento XVI tem uma composição muito simples: tem a forma de cálice, que é a mais usada na heráldica eclesiástica. No seu interior, variando a composição em relação ao escudo cardinalício, o escudo do Papa Bento XVI tornou-se: vermelho, com ornamentos dourados. De fato, o campo principal, que é vermelho, tem dois relevos laterais nos ângulos superiores em forma de ‘capa’, que são de ouro. A ‘capa’ é um símbolo de religião. Ela indica um ideal inspirado na espiritualidade monástica, e mais tipicamente na beneditina”.
O abade do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, Dom Mathias Tolentino Braga, contou à nossa equipe que durante a visita de Bento XVI ao mosteiro, em 2007, o Papa lhe disse que, quando criança, morava próximo a um mosteiro e, em um momento de sua juventude, havia sentido um grande desejo pela vocação monástica, e, nesses dias em que ficou hospedado no mosteiro, em São Paulo, voltou a sentir esse desejo.
Dom Mathias comentou isso com algumas pessoas, mas acreditava ser uma gentileza do Papa pela hospedagem. Porém, após o anúncio da renúncia e da notícia de que Bento XVI irá morar no Mosteiro no Vaticano, o abade entendeu a sinceridade daquelas palavras.
Dom Orani destaca que também a data da renúncia de Bento XVI tem um sentido especial. Embora o anúncio tenha sido feito no dia 11, a declaração foi assinada no dia 10 de fevereiro, dia de Santa Escolástica, irmã de São Bento. Também a escolha da clausura de um mosteiro para continuar servindo a Igreja denotam a espiritualidade beneditina de Bento XVI.
Segundo Dom Orani, com essa decisão, o Santo Padre vivenciou um pouco do que apresenta a regra de São Bento. “O Patriarca São Bento e toda a tradição monástica ensinam que após uma vida de provações e de lutas, bem adestrados nas fileiras fraternas, o monge pode assumir a vida ‘eremítica’ (cf. Regra de São Bento, c. 1), afirmou o arcebispo, enfatizando que, nesse sentido, Bento XVI foi coerente com o que é sua espiritualidade.

Publicado documento do Papa com mudanças sobre o Conclave


Papa publica documento que permite antecipar o Conclave
O boletim da Santa Sé publicou, nesta segunda-feira, 25, a carta apostólica em forma de Motu Proprio (de iniciativa própria) do Papa Bento XVI com algumas modificações relativas à eleição do Papa. Entre as alterações, está a possibilidade, facultada aos cardeais, de antecipar o Conclave.
No Motu Proprio, ficou estabelecido que “do momento no qual a Sé Apostólica esteja legitimamente vacante, deve-se esperar por 15 dias completos os ausentes antes de iniciar o Conclave”.  O Papa deixa ao Colégio de Cardeais a possibilidade de antecipar o início do Conclave se constar a presença de todos os cardeais eleitores, bem como de prolongar, se houver motivos graves, o início da eleição por alguns dias. Passados, porém, ao máximo 20 dias do início da Sé Vacante, todos os cardeais eleitores presentes devem proceder com a eleição.
Também foram especificadas as normas para o sigilo do Conclave: “Todo o território da Cidade do Vaticano e também a atividade ordinária dos escritórios estabelecidos no seu escopo deve ser ajustada para esse período, de modo a assegurar a confidencialidade e o livre desenvolvimento de todas as operações relacionadas com a eleição do Sumo Pontífice”.
Em relação ao sigilo, também ficou estabelecido que deve ser providenciado, com a ajuda dos prelados clérigos da Câmara, que os cardeais eleitores não sejam abordados por ninguém durante o percurso da Casa Santa Marta, local onde ficam hospedados os cardeais, até o Palácio Apostólico Vaticano.
Caso o sigilo absoluto de questões relacionadas ao Conclave seja violado, isso implicará excomunhão.
Quanto à eleição do novo Pontífice, o Papa estabelece que sua validade estará sujeita à obtenção de, ao menos, dois terços dos votos, computados com base nos eleitores presentes e votantes.
Caso a eleição não tenha êxito, é estabelecido que seja dedicado um dia à oração, à reflexão e ao diálogo. Na eleição sucessiva, terão voz passiva somente dois nomes que, na votação anterior, obtiveram o maior número de votos. Também para esta votação será necessário obter, ao menos, dois terços de votos dos cardeais presentes e votantes. Nestas votações, os dois nomes já não têm mais voz ativa.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro

Imagem de Destaque


Ele assumiu a natureza humana sem deixar de ser Deus
“Ao chegar a plenitude dos tempos, enviou Deus seu Filho, nascido de uma mulher” (cf. Gal 4,4). Assim se cumpre a promessa de um Salvador, que Deus fez a Adão e Eva ao serem expulsos do Paraíso: “Porei inimizades entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a dela; ela te pisará a cabeça e tu armarás traições ao seu calcanhar” (Gn 3,15). Este versículo do Gênesis é conhecido por "Proto-Evangelho", pois constitui o primeiro anúncio da Boa Nova da salvação. Tradicionalmente, tem-se interpretado que a mulher a que se refere é tanto Eva, em sentido imediato, como Maria em sentido pleno; e que a descendência da mulher refere-se tanto à humanidade como a Cristo.
Desde então, até o momento em que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14), Deus foi preparando a humanidade para que pudesse acolher, frutuosamente, a seu Filho Unigênito. Deus escolheu para si o povo israelita, estabeleceu com ele uma aliança e o formou progressivamente, intervindo em sua história, manifestando-lhe Seus desígnios por meio dos patriarcas e dos profetas, santificando-o para si. Tudo isso como preparação e figura daquela nova e perfeita aliança que havia de concluir-se em Cristo e daquela plena e definitiva revelação que devia ser efetuada pelo próprio Verbo encarnado.

Ainda que Deus tenha preparado a vinda do Salvador, principalmente mediante a eleição do povo de Israel, isto não significa que abandonasse os demais povos, os “gentios”, pois nunca deixou de dar testemunho de si mesmo (cfr. Atos 14,16-17). A Providência divina fez com que os gentios tivessem uma consciência mais ou menos explícita, da necessidade da salvação, e até nos últimos rincões da Terra se conservava o desejo de serem redimidos.
A Encarnação tem sua origem no amor de Deus pelos homens: "Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco, em que Deus enviou ao mundo o seu Filho único para que vivamos por meio dEle” (1Jo 4,9). A Encarnação é a demonstração por excelência do amor do Pai para com os homens, já que nela é o próprio Senhor que se entrega aos homens, fazendo-se participante da natureza humana na unidade da pessoa.
Após a queda de Adão e Eva no Paraíso, a Encarnação tem uma finalidade salvadora e redentora, como professamos no Credo: “por nós homens e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”. Cristo afirmou de Si mesmo que o Filho do homem veio para buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19, 19; cf. Mt 18,11) e que “Deus não enviou seu Filho para condenar o mundo, mas que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3,17).
A Encarnação não só manifesta o infinito amor de Deus aos homens, Sua infinita misericórdia, Sua justiça, Seu poder, mas também a coerência do plano divino da salvação. A profunda sabedoria divina consiste na forma segundo o qual Deus decidiu salvar o homem, isto é, do modo como convém à natureza, que é precisamente mediante a Encarnação do Verbo.
Jesus Cristo, o Verbo encarnado, “não é um mito nem uma ideia abstrata qualquer. É um Homem que viveu em um contexto concreto e que morreu depois de ter levado Sua própria existência dentro da evolução da história. A investigação histórica sobre Ele é, pois, uma exigência da fé cristã” .
A existência de Jesus é um fato provado pela ciência histórica, sobretudo mediante a análise do Novo Testamento, cujo valor histórico está fora de dúvida. Há outros testemunhos antigos não cristãos, pagãos e judeus sobre a existência de Jesus. Precisamente por isto, não são aceitáveis as posições de quem contrapõe um Jesus histórico ao Jesus da fé e defendem a hipótese de que quase tudo o que o Novo Testamento diz acerca de Cristo seria uma interpretação de fé que fizeram os Seus discípulos, mas não Sua autêntica figura histórica, que ainda permaneceria oculta para nós.

Essas posturas, as quais encerram um forte preconceito contra o sobrenatural, não levam em conta que a investigação histórica contemporânea concorda em afirmar que a apresentação feita pelo Cristianismo primitivo de Jesus baseia-se em fatos autênticos sucedidos realmente. 

Orações de Bento XVI no seu dispositivo móvel


Ao longo dos oito anos de seu pontificado, o Papa Bento XVI escreveu vários documentos eclesiais. Desses, podemos destacar a encíclicaDeus Caritas Est e também a sua exortação apostólica Sacramentum Caritatis.
Nesse tempo, Bento XVI, como Sucessor de Pedro,  escreveu nove cartas e fez 12 discursos. Suas mensagens marcaram datas importantes para a Igreja como a Campanha da Fraternidade, a Quaresma e a Celebração do Dia Mundial da Paz.
Como não poderíamos deixar de compartilhar parte desse legado deixado pelo Santo Padre, o portal Canção Nova reuniu, num ePub, várias orações do Papa realizadas em diferentes momentos de seu pontificado, as quais nos ajudam a formar  nossa consciência cristã.
“Cheia de graça” és tu, Maria, que aceitando com o teu “sim” os projetos do Criador, nos abristes o caminho da salvação. Na tua escola, ensina-nos a pronunciar também nós o nosso “sim” à vontade do Senhor. Dá-nos a coragem de dizer “não” aos enganos do poder, do dinheiro, do prazer; aos lucros desonestos, à corrupção e à hipocrisia, ao egoísmo e à violência. “Não” ao Maligno, príncipe enganador deste mundo. “Sim” a Cristo, que destrói o poder do mal com a omnipotência do amor. (Papa Bento XVI)
Tenha sempre em mãos este conteúdo.

Entenda o significado da oração do Pai-Nosso


Há algum tempo, o Arcebispo Primaz do México, Cardeal Norberto Rivera Carreira, fez um estudo aprofundado sobre a oração do Pai-Nosso e a importância de refletirmos sobre cada trecho. Ele destaca que "a confiança singela e fiel, e a segurança humilde e alegre, são as disposições próprias de quem reza o Pai-Nosso".

Durante o Acampamento “Livrai-nos do mal”, que acontece entre os dias 1 e 3 de março, todas as pregações do encontro serão refletidas em cima de trechos dessa oração. Confira abaixo um resumo deste estudo e compreenda a real importância dessa oração:


"Pai Nosso"
Contém a imagem do Pai que tanto amou o mundo e deu a este o Seu único Filho. E quando da invocação de Pai, acrescentamos "nosso", porque estamos saindo de nosso individualismo e reconhecendo em todo homem a mesma dignidade de que nos glorificamos, de sermos filhos de Deus.

"Que estais no céu" 
 
Evoca a morada do nosso Pai, o céu, a nossa pátria, nosso destino, porque o Filho desceu do céu para nos fazer subir com Ele por meio de Sua cruz e Sua ressurreição.

"Santificado seja o Vosso nome" 
Pedimos a Deus que Sua santidade se manifeste nos homens, que vença o pecado do mundo, que Sua luz dissipe as trevas do mal e Seu esplendor apareça com maior claridade para que todos os homens O reconheçam.

"Venha a nós o Vosso Reino"
Recordamos que o Reino de Deus é justiça, paz e gozo no Espírito Santo, que os cristãos estão comprometidos a trabalhar intensamente para que os valores do Reino do Senhor sejam vividos no mundo.

"Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu"
Nós somos radicalmente impotentes para cumprir a vontade do Pai, por isso devemos pedir a Ele que una nossa vontade à de Seu Filho para que possamos cumprir Seus intuitos. Unidos a Jesus e com o poder de Seu Espírito, poderemos fazer a vontade do Pai.

"O pão nosso de cada dia nos dai hoje"
Chama os cristãos a assumir uma responsabilidade efetiva para com seus irmãos, principalmente diante das dificuldades sociais e materiais que abalam a sociedade.

"Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"
O cristão deve recordar que a misericórdia não pode penetrar em nosso coração até que tenhamos perdoado os que nos ofenderam. E negar o perdão aos irmãos é fechar o coração, mantendo-o duro e impermeável ao amor misericordioso do Pai.

"Não nos deixeis cair em tentação"
Dá-nos a certeza de que a vitória sobre a tentação só é possível mediante a oração.

"Mas livrai-nos do mal"
Remete a uma pessoa: "Satanás, o maligno, o anjo que se opõe a Deus", por quem o pecado e a morte entraram no mundo. O Senhor nos garantiu que só poderemos assegurar a vitória sobre o mal se nos unirmos em Jesus Cristo, porque Ele venceu definitivamente o inimigo com Sua morte e ressurreição.

A coragem de aprender a esperar

Depois desses acontecimentos, Javé dirigiu a palavra a Abrão, através de uma visão: "Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo, e sua recompensa será muito grande". Abrão respondeu: "Senhor Javé, o que me darás? Continuo sem filho, e Eliezer de Damasco será o herdeiro da minha casa!" E acrescentou: "Como não me deste descendência, um dos servos de minha casa é que será o meu herdeiro!" Então Javé dirigiu esta palavra a Abrão: "O seu herdeiro não será esse, mas alguém que sair do sangue de você". Depois Javé conduziu Abrão para fora, e disse: "Erga os olhos ao céu e conte as estrelas, se puder". E acrescentou: "Assim será a sua descendência". Abrão acreditou em Javé, e isso lhe foi creditado como justiça. Javé disse a Abrão: "Eu sou Javé, que fez você sair de Ur dos caldeus, para lhe dar esta terra como herança". Abrão respondeu: "Senhor Javé, como vou saber que irei possuí-la?" Javé lhe disse: "Traga-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um cordeiro de três anos, uma rola e uma pombinha". Abrão levou a Javé todos esses animais, partiu-os pelo meio e colocou cada metade na frente da outra; mas não partiu as aves. As aves de rapina desciam sobre os cadáveres e Abrão as enxotava. Quando o sol ia se pondo, um torpor caiu sobre Abrão, e ele sentiu muito medo. Quando o sol se pôs e veio a noite, uma labareda fumegante e uma tocha de fogo passaram entre os animais divididos. Nesse dia, Javé estabeleceu uma aliança com Abrão nestes termos: "À sua descendência eu darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates"(Gênesis 15,1-12.17-18).

O Antigo Testamento nos fala da fé de Abrão [Abraão]. Ele estava ansioso, acreditava que Deus lhe daria aquelas terras, mas sabia que não teria filhos, pois Sarai, sua esposa, era estéril. Então, ele desabafava com Deus, questionando-O o que iria receber de herança se não podia ter filhos (cf. Gn 15,2). Deus, porém, diz a ele, com toda clareza, que o herdeiro dele será um de seus descendentes (cf. Gn 15,4). O Senhor o conduz para fora de casa e lhe diz: "Erga os olhos ao céu e conte as estrelas, se puder. Assim será a sua descendência" (Gn 15,5). Abraão teve fé no Senhor e acreditou n’Ele. 

"Deus fez uma aliança com você e com os seus", afirma monsenhor Jonas


Abraão acreditou em Deus, embora todo o restante dissesse o contrário. Deus justificou a atitude dele pela confiança inteira n’Ele. Abraão ainda pergunta a Deus como iria saber se herdaria essa terra (cf. Gn 15,8). Deus, então, pede que ele pegue vários animais, entre eles duas aves. Abraão corta os animais ao meio, coloca-os em fila e, durante todo o dia, espera pelo Senhor. 

Você pode achar estranha essa atitude, mas esta era a forma dos homens fazerem uma aliança entre si. O grande trato que faziam era assim: os dois homens, que faziam uma aliança, passavam pelo meio dos animais, isso queria dizer que estavam fazendo um trato e que aconteceria com eles o mesmo que acontecera com os animais caso um deles quebrasse o trato feito. Isso fazia com que fossem fiéis com os tratos assumidos. 

Dessa vez, o trato é com Deus, e é Ele quem toma a iniciativa. Assim, Abraão espera pelo Senhor durante todo o dia. Essa espera era mais uma demonstração de que ele teria de esperar muito para ter uma grande geração. Essa espera foi de, pelo menos, 500 anos para que ele tivesse a posse daquela terra.

Meus irmãos, para nós, a coisa mais difícil é esperar. Deus é o Todo-Poderoso e cumpre suas promessas, mas o tempo está nas mãos d'Ele. Nós é que precisamos aprender a esperar. Talvez você esteja esperando grandes graças e milagres, esteja angustiado, desesperado... Mas precisamos aprender a esperar, a aguardar pela hora de Deus. Ele sabe qual é a hora

Nas nossas situações, muitas coisas Deus quer resolver para nós, mas isso não depende só d'Ele, mas também das pessoas. Como a situação do seu casamento: não depende só de você, mas também do seu cônjuge. Deus dá a graça, mas cabe à pessoa aceitá-la ou não, acolhê-la ou não. É por isso que as coisas demoram.

Maria, irmã de Lázaro e Marta, era prostituta de leprosos e só se converteu após a ressurreição. Jesus esperou por ela como espera por cada um de nós, para mais um passo, mais uma conversão. Da mesma forma, Ele está esperando por seu marido, sua esposa, seus filhos. É preciso esperar, mas Deus é fiel.

Quando já estava escurecendo, Abraão teve um sono, o que, na verdade, era a aproximação do Senhor. Ele foi tomado de um grande terror, pois a presença de Deus deixou uma sensação diferente em seu interior. Apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo que passaram entre os animais divididos. Ali estava o sinal da aliança de Deus Onipotente, mas também de Abraão que passava no meio dos animais. Ali se fazia a aliança entre Deus e Abraão: "À sua descendência eu darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates" (Gn 15,18).

A Palavra de hoje nos traz uma grande lição: Deus fez uma aliança com você e com os seus. Deus é fiel, Ele vai cumprir as promessas d’Ele, nós é que precisamos permanecer fiéis e ter a coragem de aprender a esperar.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

PROPOSTA PARA UMA VIDA DE ORAÇÃO


A mensagem dada pela Virgem Santíssima, certo dia em Medjiugorie, aplica-se a este ano que nos espera: “filhos queridos, vos convido a conversão individual. Este tempo é para vocês, porque o meu Filho dileto, sem a vossa cooperação, não pode realizar o que deseja. Filhos queridos, orem a fim de que possam crescer espiritualmente e ficarem mais próximos de Deus”.
Um rumo para a caminhada espiritual que vai ao encontro do Pai. Este é o pedido dela. No entanto, já sabendo das tribulações que cada filho seu iria passar, a Mãe completa: “entrego para vocês as 5 pedrinhas que representam as armas contra o vosso gigante Golias com as quais poderão vencer qualquer batalha”. Mas o que significa cada pedrinha?
A primeira pedra é a Eucaristia. A presença real de Jesus, o sacramento da salvação, a experiência de comunhão que, se possível, deve ser diária. Gradativamente, estando com o coração aberto, Deus vai agindo com maior facilidade onde deve agir.
A segunda pedra é a confissão, que deve ser feita com real arrependimento. É o sacramento da reconciliação, quando a paz é restituída e a cura interior é promovida. É capaz de enfraquecer vícios e trazer maior vigor para os próximos passos.
A terceira pedra é a Bíblia. Palavra de vida (compreenda a força da palavra “vida”!), o alimento espiritual. Ali se encontram as “placas” para o caminho da santidade. Quantos problemas desnecessários seriam evitados e soluções seriam encontradas se fossem compreendidas as palavras do Senhor?
“Entrego para vocês as 5 pedrinhas que representam as armas contra o vosso gigante Golias com as quais poderão vencer qualquer batalha”
A quarta pedra é o Santo Rosário. Percorrer a vida de Jesus por meio dos mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos. Aqui, a persistência e a disciplina são os segredos. Nos primeiros dias, reze uma Ave-Maria. Depois, uma dezena. Tão logo, o feito de rezar o terço será alcançado. Esperançosamente, o Rosário será uma oração habitual. Particularmente, chamo-a de pedra da alegria. Nem preciso responder o porquê.
A quinta pedra, por fim, é o jejum. É uma penitência que nos fortifica e purifica, podendo ser feita de diversas formas. O importante é verificar qual a melhor forma de fazê-lo dada as circunstâncias de vida de cada um. Há de se lembrar que podem ser usadas e acrescentadas outras pedrinhas como a adoração ao Santíssimo Sacramento, o terço da misericórdia, entre outras.
Diante do exposto, ficam as perguntas: você realiza alguma dessas práticas? Seu empenho era satisfatório e condizente com a sua disponibilidade? Em qual(is) delas você precisa se empenhar mais?
O importante é seguir em frente na caminhada espiritual, dar uma nova direção a ela junto com o novo ano que se apresenta!
Nossa Senhora, rogai por nós!

O Exercício Quaresmal da Oração faz crescer a Fé


Dando continuidade ao nosso retiro espiritual na Quaresma, tempo privilegiado de conversão e combate espiritual. Falávamos dos Exercícios Quaresmais de Conversão, buscando o Tesouro da Fé.  Dando inicio aos três exercícios que na Quarta-feira de cinzas a liturgia nos apresentou, a Oração, o Jejum e a Esmola. Hoje vamos falar do exercício espiritual da Oração, que é a respiração, o fôlego neste caminho em busca do tesouro da fé.
“Da mão do anjo, subia até Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos” (Ap 8,4).
“Porque amar a Deus significa observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, porque todo aquele que nasceu de Deus venceu o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé. De fato, quem pode vencer o mundo, senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus? Este é aquele que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Ele não veio apenas pela água, mas pela água e pelo sangue.) E é o Espírito quem dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade” (cf. I João 5, 3-6).
A Oração é a expressão máxima de nossa fé, não posso pensar na oração como algo que partisse somente de mim, mas quando o homem se põe em oração a iniciativa é de Deus que atingiu com a sua graça o coração do homem que responde à Sua graça. Oração não é somente o meu dialogo com Deus, mas também uma resposta à iniciativa do amor de Deus, da Sua graça que já me conquistou. Toda a nossa vida deveria ser uma oração, ou seja, uma comunicação com o divino em nós. A oração constitui uma abertura para Deus, para o próximo e para o mundo; um sim de acolhimento, de louvor, de conformidade. Ao pensar no homem integral, não podemos imaginá-lo sem a dimensão espiritual e a porta para espiritualidade é uma oração verdadeira onde os meus pés estão no chão, mas o meu coração está no alto, no meu criador e Senhor: “O Senhor esteja convosco, Ele esta no meio de nós. Corações ao alto, o nosso coração esta em Deus!” (cf. Introdução as orações Eucarísticas, Missal Romano)
Na virtude Teologal da fé, nós dizemos um sim ao Pai na obediência. Procuramos situar-nos sempre de novo dentro de nossa vocação e da nossa missão. O homem se pergunta pela sua vocação, o homem responde à sua vocação, o homem realiza em profundidade sua vocação de comunhão íntima de vida com Deus. É na oração que o homem melhor cultiva seu relacionamento de Filho com Deus, que se revela como Pai.
Durante a Quaresma a Igreja convoca os fiéis a se exercitarem intensamente na oração, a fim de que toda a sua vida se transforme em oração. Ela evoca o Cristo em oração diante do Pai no deserto e nas montanhas, onde ele passava noites em colóquio. Evocando o Cristo orante, a Igreja torna-se o prolongamento da presença do Cristo orante entre os homens. Nos Evangelhos, principalmente em Lucas, Jesus é o grande orante, o modelo do fiel. Jesus resistiu à tentação de tentar Deus: sinal de sua imensa confiança no Pai. Ele professa a fé no único Deus como regra de sua vida. Ele alimenta-se com a palavra que sai da boca do Altíssimo. Nossa quaresma deve ser um estar com Jesus no deserto, para, como ele, dar a Deus o lugar central de nossa vida. Como ele, com ele e por ele, pois é dando a Jesus o lugar central, que o damos a Deus também. Neste sentido, a quaresma é realmente “ser sepultado com Cristo”, para, na noite pascal, com ele ressuscitar. E essa dinâmica acontece numa vida de oração ligada por Jesus ao Pai e ao Espírito Santo na vida e na Liturgia. l
E desta forma a Igreja vive em atitude de penitencia, pois a oração constitui a expressão máxima da conversão e da vida em Deus.
Se os fieis souberem viver a autentica comunhão com Deus na oração durante a Quaresma, conseguirão viver durante o ano todo em atitude de oração, transformando também as outras dimensões da vida, como o relacionamento com o próximo e com o mundo, em oração de atitude ou verdadeira devoção. A oração nos lança para Deus e para os irmãos!
Na vida de oração crescemos na virtude da fé e no relacionamento com Deus. Portanto quanto mais eu rezar e rezar melhor, crescerei em sabedoria e santidade também na fé e no conhecimento verdadeiro de Deus. O exercício da oração desde dialogo com Deus aumenta e expressa em mim o Dom da fé. Esse dom gratuito de Deus que também é uma virtude porque é um exercício.

O que é Virtude?A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, procura-o e escolhe-o na prática. “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, tudo o que há de louvável, honroso, virtuoso ou de qualquer modo mereça louvor” (Fl 4,8) (cf. Catecismo da Igreja Católica n° 1803).
Quantas classes de virtudes existem?Existem duas classes de virtudes: as Virtudes Teologais e as Virtudes humanas ou morais“As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Propiciam, assim, facilidade, domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem. As virtudes morais são adquiridas humanamente. São os frutos e os germes de atos moralmente bons; dispõem todas as forças do ser humano para entrar em comunhão com o amor divino” (cf. CIC n° 1804).
Quantas são as virtudes teologais?
As virtudes teologais são três: a , a Esperança e a Caridade;
Nos exercícios quaresmais de conversão, vamos aprofundar os temas da Oração, do Jejum e da Esmola e de sua ligação com as virtudes teologais, grandes tesouros no caminho da santidade. Hoje percebemos que a oração tem uma ligação íntima com a virtude da fé, a expressa e a faz crescer.
O que é a fé?A fé é a Virtude Teologal pela qual cremos em Deus, em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos ensina como objeto de fé. “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem. Foi por causa da fé que os antigos foram aprovados por Deus. Pela fé, sabemos que a Palavra de Deus formou os mundos; foi assim que aquilo que vemos originou-se de coisas invisíveis” (cf. Hb 11, 1ss).
A oração quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele.  Então quando eu rezo estou saciando a minha sede de Deus e de eternidade, alimentando a minha alma daquilo que ela mais almeja e precisa e muitas vezes eu não sei ler os seus anseios, ou seja, os sintomas da minha alma. Por isso, é através da oração, comunhão com Deus, que Ele alimenta a minha fome e sede dele e das coisas do céu, fazendo crescer nas virtudes da fé e também no relacionamento com as pessoas e as coisas criadas. Eu não posso dizer que amo a Deus se eu não amo o meu irmão, a oração é o dialogo com Deus mais também me lança para o meu irmão.
É um exercício de conversão a Deus e aos irmãos. Precisamos crescer na vida de oração, na intimidade com Deus para que possamos crescer como homens e mulheres de Deus, irmãos uns dos outros. A oração me lança para Deus e para os irmãos.
Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me; quando eu grito, escutai minha voz! Minha oração suba a vós como incenso, e minhas mãos, como oferta da tarde! (Salmo 140, 1-2).
Oração: Ó Deus de bondade concedei que, formados pela observância da Quaresma e nutridos por vossa Palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém
“Arme-se com a arma da oração, e terá mais força no combate diário.” (Santo Padre Pio de Pietrelcina).

É TEMPO DE LUTARMOS PELA NOSSA FAMÍLIA


Tudo tem um começo na vida, não é mesmo? Nós também fazemos parte desta regra. Um dia eu e você fomos sonhados e, num ato de amor e carinho, fomos concretizados. Que benção! Eu estou falando do amor que flui quando Deus permite a união de um homem e uma mulher, a fim de que não sejam senão uma só carne.
É deste gesto de amor e deste constante movimento de ir e vir em direção ao outro que nasce a família,  lugar sagrado, alicerce essencial para que homens e mulheres sejam formados e lapidados à imagem e semelhança de Deus.
Jesus poderia ter vindo, neste mundo, de tantas maneiras, mas escolheu vir no seio da família. Experimentou todas as etapas e as viveu com profundidade, aproveitando cada simples gestos de seus pais que, aos poucos, iam formando-O e preparando-O para a missão que recebeu do Pai.
Assim é a missão da família: preparar uns aos outros para o céu.
Na família é gerado o combatente dos dias atuais para lutar pela vida, pelo amor e pela santidade!
Família é rocha firme que nos abriga em meio às tempestades da vida e nos encoraja diante dos mais terríveis obstáculos aos quais precisamos ultrapassar. Se não vivermos a experiência de ser família, estaremos como que alicerçados sobre a areia.
Pare agora e reflita por um instante. Como anda o relacionamento, hoje, em sua casa, com o seu marido, com a sua esposa, com os seus filhos, com os seus pais? Há amor? Há carinho? Há perdão? Ou só está havendo desentendimento e desunião?
É tempo de nos levantarmos e lutarmos pelo tesouro que Deus nos confiou: a nossa família!
Não perca tempo remoendo o passado nem tenha medo do que acontecerá no futuro. Deus está se predispondo a ir contigo, a ganhar território e fincar a bandeira do amor, da paz e da alegria em ser família! Aleluia!
Deus os abençoe!
Vagne Bittencourt

Papa em retiro: reflexões sobre a fé como adesão consciente



Cardeal Ravasi conduz as meditações dos exercícios espirituais da Quaresma
A fé como adesão consciente, livre e apaixonada e o encontro do homem com o limite. Sobre estes dois temas foram desenvolvidas as meditações do Cardeal Gianfranco Ravasi nesta quarta-feira, 20, no retiro espiritual do Papa e da Cúria Romana. O Cardeal, que é presidente do Pontifício Conselho da Cultura, é o responsável pelas pregações dos Exercícios Espirituais do retiro deste ano.

A primeira meditação do Cardeal concentrou-se sobre o Salmo 130, um Salmo curto, uma espécie de símbolo de uma espiritualidade da infância e no qual encontrar a peculiaridade do crente, aquele que “tem em plenitude a sua fidelidade a Deus”, conforme precisou o Cardeal.

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A liberdade, segundo lembrou o Cardeal, é outra palavra chave para o cristão. E é na imagem da “criança no seio materno”, típica da simbologia oriental, que o salmista celebra uma fé que é adesão e ao mesmo tempo uma escolha. Uma criança agora já grande, não mais embarcado pela mãe que o alimenta, mas separado por um ato de amor e liberdade.

“A fé que é adesão, mas adesão consciente, adesão livre, adesão intensa, apaixonada. Sem dúvida, não por nada, repete-se duas vezes ‘como uma criança no seio materno’ e o último versículo então é o convite a toda Israel a esperar, também a ter confiança no Senhor. Devemos aprender também nós com a grande história da espiritualidade, devemos aprendê-la, sobretudo nós, quando estamos talvez chegando a um nível de responsabilidade, de dignidade também dentro da Igreja, ou em funções de uma certa importância, do qual dependem, tantas vezes, também escolhas que afetam as pessoas. Provavelmente a tentação se ramifica em nós, leve e sutil, a tentação de ser aqueles que olham do alto”.

E é no permanecer criança que se conota a fé: o ser pequena de Santa Tereza de Lisieux – recordou o Cardeal Ravasi – mas é todo o ensinamento de Jesus que se desenvolve neste sentido. Crianças das quais aprender a pureza, mas sobretudo a confiança.

Na segunda meditação, sobre o Salmo 39, o Cardeal Ravasi concentrou-se sobre o homem criatura frágil, testado pela dor de viver, angustiado, que experimenta o limite e a finitude da sua pessoa.

“Pensemos somente na televisão, que é a verdadeira e grande Moloch dentro das casas. Já sabemos tudo sobre a moda, sobre aquilo que devemos comer, vestir, escolher, mas não temos mais – muitas vezes – uma voz que nos indica o caminho e também o sentido desta vida, sobretudo quando esta é tão frágil, tão miserável. Eis porque é importante retornar aos grandes temas. Ter a coragem de propor as grandes reflexões, creio que seja um dos grandes problemas dos jovens de hoje que não são capazes de encontrar as respostas de sentido e então se abandonam a este fluxo que está à deriva da sociedade contemporânea”.

Então, ter um senso do limite para superar a superficialidade, mas o Cardeal também enfatizou a necessidade de voltar para a "oração pobre, nu, simples" e convidou a questionar-se sobre o sofrimento com "palavras não só reconfortantes, de segunda mão e frias". Aquele que sofre, tocando de perto o limite, descobre estar em crise. Mas, conforme concluiu o Cardeal, apesar das trevas, a experiência cristã abre sempre a um horizonte de luz para o qual a escuridão não tem nunca a última palavra.

Na meditação de ontem, Cardeal Ravasi falou sobre o homem e o olhar de Deus sobre ele. A criatura humana, conforme destacou, transforma-se o “lugar no qual interceptar a presença de Deus”, já no embrião Deus vê “o esplendor e as misérias”. A tarefa do homem que tem uma “aliança com Deus” é “representar o seu Senhor”. 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Legado de Bento XVI


O Papa Bento XVI deixa um legado extraordinário à Igreja e ao mundo; uma vida inteira dedicada a ela com todo ardor, humildade e zelo apostólico. Desde padre jovem, participou do Concílio Vaticano II (1963-1965) como assessor teológico de seu bispo. Depois, viveu intensamente sua vida na Alemanha como bispo e cardeal. Foi eleito como um dos únicos sacerdotes da Academia de Ciências do Vaticano.
Durante 25 anos, foi Prefeito da “Sagrada Congregação da Doutrina da Fé” do Vaticano, braço direito do Papa João Paulo II, seu grande amigo. Nessa função, teve de enfrentar as heresias modernas de uma teologia da libertação marxista, empolgada com uma falsa “igreja popular” que nasce do povo e não de Deus e de Seu Filho Jesus. Com firmeza, o então cardeal Ratzinger teve de enfrentar as injustas e maldosas críticas dos falsos profetas apoiados pela mídia secular. Foi obrigado a punir teólogos desviados da “sã doutrina” como Leonardo Boff e Jon Sobrino, estrelas da TL.
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Ele foi um profeta que sempre falou de Deus com a fidelidade e a coragem dos grandes personagens bíblicos. Não teve medo de enfrentar e continuar os erros da teologia da libertação marxista, pedindo aos bispos do Brasil, em 05/10/2010, que a eliminassem de suas dioceses tendo em vista o seu grande perigo para a Igreja e para a fé do povo. Disse: “As suas sequelas, mais ou menos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas.”
O Conclave que o elegeu Papa foi rapidíssimo; os cardeais eleitores entenderam com clareza que não havia outro gigante à altura de substituir João Paulo II no comando da Barca de Pedro.
Logo que assumiu o pontificado, iniciou sua luta contra o que chamou de “ditadura do relativismo”, a qual nega toda verdade e ensina que cada um faz a sua, algo que destrói a família e a sociedade. O Papa é o paladino e arauto da verdade que salva (cf. Catecismo §851). Ele mostrou que o relativismo “mortifica a razão, porque ensina que o ser humano não pode conhecer nada com certeza além do campo científico positivo”.
Bento XVI, de maneira afável, humilde e reservada, com palavras moderadas e profundas, fez um trabalho apostólico fundamental superando as declarações desviadas dos que “querem uma Igreja desestruturada e que pregam uma teologia libertária, bem longe da verdadeira libertação preconizada na Bíblia”, como disse o Cônego José Vidigal.
Aos bispos que ordenou, no último dia dos reis magos, ele deixou claro que a Igreja não vai mudar só para agradar. “A aprovação da sabedoria predominante não é o critério a que nos submetemos. Por isso, a coragem de contrariar a mentalidade prevalecente é particularmente urgente para um bispo. Ele deve ser corajoso.”
Bento XVI “é um dos maiores intelectuais do mundo contemporâneo e tornou-se um dos mais notáveis Pontífices da História da Igreja”, disse o Dr. Ives Gandra Martins.
O Papa deixa-nos três encíclicas fundamentais: Deus caritas est, Spes salvi e Caritas in veritate, que precisam ser estudadas detalhadamente, porque apontam soluções claras para os problemas do mundo moderno. Elas nos mostram o perfeito conhecimento de todos os problemas da realidade mundial a partir do homem, procurando salvar os verdadeiros valores da humanidade.
Bento XVI abriu um diálogo profundo com os intelectuais, especialmente os ateus, com o Programa “Pátio dos Gentios”, levando o debate a eles nas maiores universidades do mundo, buscando quebrar a mentira de que entre a ciência e a fé haja uma dicotomia.
O Papa deixa-nos uma quantidade imensa de excelentes livros, especialmente a série “Jesus de Nazaré”, escrita durante o pontificado, mostrando a realidade histórica de Jesus e a coincidência do Cristo da fé com o da História. Dr. Ives Gandra disse que “talvez tenha sido, em 2 mil anos de história da Igreja, o pontífice mais culto e o que mais escreveu”.
Luana-PAPA
Bento XVI foi um Papa corajoso; não teve medo de enfrentar as acusações injustas que recebeu de ter sido omisso diante dos casos de pedofilia, e agiu com energia para corrigir o problema. Não se curvou diante de tantas blasfêmias contra ele, como a recente e deplorável peça de teatro na PUC de São Paulo (Decapitando o Papa). Por outro lado, não se curvou diante de um feminismo barulhento, também interno à Igreja, e de um modernismo vazio que quis lhe impor a quebra do celibato sacerdotal, a aceitação da ordenação de mulheres e outros erros.
Tal como um novo São Bento de Núrcia, Bento XVI deu início ao reerguimento do Ocidente. O primeiro enfrentou os bárbaros com seus monges cultos e santos espalhados em toda a Europa; o novo Bento enfrentou os “novos bárbaros” que não saqueiam casas e cidades, mas matam as almas e os valores e civilização cristã que tanta luta e sangue custaram dos filhos da Igreja.
Bento XVI soube interpretar e defender o Concílio Vaticano II dos ataques injustos que recebeu tanto dos ultraconservadores que quiseram ver nele as causas dos problemas da Igreja e do mundo, bem como dos avançadinhos ultramodernos que querem ver no Concílio um absurdo “rompimento da Igreja com seu passado”. O Papa soube dar continuidade à “Primavera da Igreja”, a qual o Concílio nos trouxe, como disse João Paulo II. E agora nos deixa o “Ano da Fé” e a proposta de uma nova evangelização.
Mesmo a renúncia de Bento XVI é um legado importante para a posteridade, porque é um gesto de profunda humildade e desapego, corajoso, coerente e fervoroso. Um ato de desprendimento das coisas terrenas, num tempo em que todos se apegam ao poder para se promover, para fazer valer a sua vontade etc. Penso que essa decisão histórica do Papa fará com que outros tenham a mesma coragem de repetir o seu gesto quando isso for necessário.
Professor Felipe Aquino 

Uma juventude nova para uma mudança de época



Emanuel Stênio
Nesses dias de encontro para os voluntários da JMJ Rio 2013 seremos cuidados por Deus.

Durante a Jornada Mundial da Juventude, nós, na condição de voluntários, iremos nos gastar atendendo aos milhões de jovens que estarão, no Brasil, em julho, para esta Jornada. Mas, agora, Jesus convida a cada um de vocês para descansar n'Ele durante estes dias. Somos convidados a nos abastecermos com a Sua Palavra.

Quero começar esta palestra afirmando que fiquei imensamente feliz com o tema que me foi passado: uma juventude nova para uma mudança de época.

Estamos vivendo a nossa juventude numa sociedade hedonista, consumista e distanciada dos valores cristãos. Se antigamente já era difícil viver a santidade “nadando contra a correnteza”, imagine nos dias atuais! Mas fomos chamados exatamente para esta época, meus irmãos!

Foi para este momento da história que Deus nos escolheu. Não é por acaso que o Senhor selecionou você para servir durante esta Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Rio de Janeiro (RJ).

Quero compartilhar com você, durante esta palestra, sobre alguns jovens que fizeram a diferença em seu tempo. Trago aqui o exemplo de Josué, um jovem que ajudou Moisés à frente do povo escolhido.

A Palavra de Deus nos traz este belo relato: “Javé falava com Moisés face a face, como um homem fala com o amigo. Depois, Moisés voltava para o acampamento, enquanto seu ajudante, o jovem Josué, filho de Nun, não se afastava do interior da tenda” (Êxodo 33,11).

Este jovem estava sempre ao lado de Moisés. Era fiel e temente a Deus. E o Senhor o escolhe para suceder Moisés e introduzir o povo de Israel na Terra Prometida.

O livro de Josué nos atesta o seguinte:

Depois da morte de Moisés, servo de Javé, Javé falou a Josué, filho de Nun, auxiliar de Moisés: "Meu servo Moisés morreu. Agora levante-se e atravesse o rio Jordão, com todo este povo, para a terra que eu vou lhes dar. Todo lugar que a planta dos pés de vocês pisar, eu o dei a vocês, conforme prometi a Moisés. O território de vocês irá desde o deserto até o Líbano, e desde o grande rio Eufrates até o mar Mediterrâneo, no ocidente. Ninguém poderá resistir a você durante toda a sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei também com você: nunca o abandonarei nem o deixarei desamparado. Seja firme e corajoso, porque você fará esse povo herdar esta terra que jurei dar a seus antepassados. Apenas seja firme e corajoso, para cumprir toda a Lei que meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, e você terá sucesso em todos os seus empreendimentos. Que o livro dessa Lei esteja sempre em seus lábios: medite nele dia e noite, para agir de acordo com tudo o que nele está escrito. Desse modo, você será bem-sucedido em seus empreendimentos e sempre terá sucesso. Sou eu que estou mandando que você seja firme e corajoso. Portanto, não tenha medo e não se acovarde, porque Javé seu Deus está com você aonde quer que você vá" (Josué 1,1-9).

Para aquela mudança de época, na qual o povo eleito estava sendo introduzido na Terra Prometida, Deus colocou aquele jovem à frente do Seu povo. E Josué conquistou inúmeras terras para o povo de Deus.

O Senhor, hoje, está dizendo a você, jovem chamado a enfrentar esta mudança de época: “Seja firme e corajoso! Seja forte em Deus! Seja forte e corajoso com a sua Igreja. Seja forte e corajoso ao lado de Maria, a nossa Mãe e Mãe da Igreja".

Você quer ser esse “jovem certo para a época certa”? Então, não se afaste da presença de Deus. Aprenda com o exemplo do jovem Josué. Tenha a certeza de que você não combaterá sozinho. Deus caminha ao seu lado.

"Jovem, seja forte e corajoso!", exorta Emanuel em sua pregação no Encontro JMJ Voluntários.

Há um outro jovem que nos serve como exemplo: Davi. Em I Samuel 16, está escrito que Deus ordenou ao profeta Samuel que ungisse como novo rei de Israel a um dos filhos da casa de Jessé, situada em Belém, e que o Senhor indicaria quem era o Seu escolhido. Acompanhe comigo:

Quando chegou, Samuel viu Eliab e pensou: "Certamente, é esse que Javé quer ungir!" Javé, porém, disse a Samuel: "Não se impressione com a aparência ou estatura dele. Não é esse que eu quero, porque Deus não vê como o homem, porque o homem olha as aparências, e Javé olha o coração". Jessé chamou Abinadab e o apresentou a Samuel. E Samuel disse: "Também não foi esse que Javé escolheu". Jessé apresentou Sama, mas Samuel disse: "Também não foi esse que Javé escolheu". Jessé apresentou a Samuel sete dos seus filhos. E Samuel respondeu: "Não foi nenhum desses que Javé escolheu". Então Samuel perguntou a Jessé: "Estão aqui todos os seus filhos?" Jessé respondeu: "Falta o menor. Ele está tomando conta do rebanho". Então Samuel disse a Jessé: "Mande buscá-lo, porque não nos sentaremos à mesa enquanto ele não chegar". Jessé mandou chamá-lo e o fez entrar: era ruivo, seus olhos eram belos, e tinha boa aparência. E Javé disse: "Levante-se e unja o rapaz, porque é esse" (I Samuel 16,6-12).

Glória a Deus por esta Palavra! O Senhor escolheu aquele que era o mais novo, aquele que ninguém dava nada por ele. Mas Deus tem as Suas escolha. Ele escolheu você, meu irmão! Louve a Deus por esta escolha!

Após esta escolha, Davi vai levar alimento – a pedido de seu pai Jessé - para seus irmãos que estavam em guerra com os filisteus. Ele ainda era muito novo para fazer parte das fileiras do exército de Israel. Mas o mais bonito é ver que ele obedece ao seu pai e, mesmo sendo o ungido do Senhor, ele leva comida para os seus irmãos. Davi se coloca à serviço. E isto é um importante ensinamento para nós, porque, se você quer servir, nesta JMJ, só para “aparecer”, se você quer exigir certos direitos perante Deus, porque faz parte de tal ministério, de tal pastoral, mas se esquece de servir a Deus por amor, saiba que está completamente equivocado. É preciso colocar-se a serviço dos irmãos por amor.

Davi, então, depara-se com aquela cena: Golias afrontando os israelitas. Quantos são os que afrontam os filhos de Deus! Mas não tenha medo, meu irmão! Não hesite em testemunhar que você é um jovem cristão. Não se envergonhe de carregar o seu crucifixo, a sua Bíblia e de manifestar a sua fé em Jesus Cristo.

Como o irmão mais velho de Davi, Eliab, que criticou Davi pelo seu comentário, assim também temos nos deparado com muitas pessoas que criticam, tentam minar a fé dos “irmãos mais novos” e não acreditam na força do jovem. Mas não desista, jovem! Permaneça fiel à inspiração que Deus lhe deu.

Davi não desistiu. Ele se apresentou diante do rei Saul e foi enfrentar o gigante Golias usando apenas a sua funda e algumas pedrinhas escolhidas cuidadosamente na beira de um riacho.

Jovem, você deve enfrentar suas lutas munido das armas espirituais; não com armas humanas. São as armas do Espírito que nos preparam para enfrentar o gigante adversário que investe contra nós.

Davi tinha consciência de que aquela guerra pertencia ao Senhor. Portanto, a vitória em Deus era certa! Meus irmãos, esta Jornada Mundial da Juventude pertence ao Senhor. E nós estaremos participando dela na certeza da vitória de Deus na vida de tantos jovens.

Deixo-lhes, entretanto, um alerta: não lute por lutar, não lute desejando fazer uma mera “revolução”. Isso é certeza de fracasso. Nós precisamos lutar com o mesmo ideal de Davi para defender o nome do nosso Deus, o qual tem sido tão ofendido, para defender nossos irmãos que estão sendo atacados em sua fé. Você entendeu? Lute pela sua Igreja, lute pela sua fé!

No Novo Testamento, vemos um outro jovem que é modelo para nós: Timóteo, um grande colaborador de Paulo. A Palavra de Deus nos traz esse belo ensinamento: “Que ninguém o despreze por ser jovem. Quanto a você mesmo, seja para os fiéis um modelo na palavra, na conduta, no amor, na fé, na pureza. Esperando pela minha chegada, dedique-se à leitura, animação e ensinamento” (I Timóteo 4,12-13).

Jovem, seja um modelo para os outros! Não entregue os pontos. Não viva uma vida medíocre! Seja um exemplo para os demais pelo amor, pela castidade, pela fé. Leia a Bíblia, leia o Catecismo da Igreja Católica. Estude a respeito da Doutrina Católica, porque Deus o chama para ser um jovem santo diante de uma sociedade, diante da qual tantos jovens estão morrendo no pecado, na libertinagem, no alcoolismo, nas drogas.

Jovens voluntários da JMJ durante a pregação de Emanuel Stênio na Canção Nova

Ser um voluntário da JMJ não é um status, mas um chamado, um serviço e mais ainda; um pretexto de Deus para suscitar lideranças jovens para esta mudança de época. Jovens que se deixam usar por Deus para serem modelos de santidade nos dias atuais, serem jovens segundo o coração do Senhor.

Além desses jovens da Bíblia e tantos outros, temos também jovens santos em nossa Igreja. Eu quero estar entre esses jovens santos! Quero ser um deles, pois a Igreja necessita do testemunho de jovens que têm a coragem de “nadar contra a correnteza” e colocar-se a serviço do Reino de Deus.

Não pense que isso será fácil, porque “quem se expõe também se compromete”, como disse meu irmão Dunga tantas vezes em suas pregações. Você será tentado a se desviar do reto caminho. Mas não se esqueça, jovem, que Deus chamou você a ser um sentinela e testemunhar, com a própria vida, que a santidade é possível.