quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Saiba como fazer seu projeto de vida para 2013



É natural que, com o fim de mais um ano, os planos e sonhos para o ano seguinte já comecem a surgir. Nada melhor do que, nessa época, realizar um bom projeto de vida, colocando todas as metas para o novo tempo que se iniciará. No entanto, para fazer isso bem é preciso realizar, antes, uma revisão de vida, analisando o ano que passou, assim como todo o crescimento que você alcançou, bem como as falhas que aconteceram.


Em um novo projeto, existem alguns dimensões da nossa vida que são essenciais a serem trabalhadas: afetiva, intelectual, espiritual, familiar e profissional. Outro ponto fundamental, na hora de traçar as metas em qualquer uma dessas dimensões, é organizá-las em espaços de tempo menores. Dessa forma, não perdemos o foco e somos capazes de cobrar a nós mesmos.

Revisão de vida do ano de 2012

Para ajudá-lo a realizar sua revisão, a equipe do Portal Canção Nova montou um modelo com base nas sugestões feitas por sacerdotes da comunidade. Imprima o documento e reserve um tempo do seu dia para se por em oração e preenchê-lo, a fim de que ele seja como uma reflexão do ano que se encerra.

::. Faça o download do modelo de Revisão de Vida

Como preencher o modelo de revisão de vida

Seguindo a sugestão acima dos tópicos para a reflexão (afetiva, intelectual, espiritual, familiar e profissional ), preencha, por área, o que você realizou durante este ano em cada uma delas, o que você pode melhorar para o ano de 2013 e quais passos seguir para alcançar suas metas. Neste primeiro momento, os passos podem ser apresentados de modo geral, ou seja, metas a serem alcançadas durante todo o ano.

Como criar o seu projeto de vida para 2013

Feita a revisão, é hora de reunir os passos para você ser uma pessoa melhor em 2013 e começar a criar o projeto de vida. Como foi explicado por padre Aluísio, o planejamento mensal é mais indicado para não perder o foco, sendo assim, trace suas metas somente para janeiro. E não se esqueça: 'faça poucas coisas, mas as faça bem'.

::. Faça o download do modelo de Projeto de Vida

Como preencher o modelo de projeto de vida


Estipular datas para as metas ajuda a organizar melhor o seu projeto, além de fazer com que foque no que realmente importa. Por isso, não se esqueça de acrescentar prazos para cada objetivo que você pretende alcançar no próximo ano, assim você poderá saber quando as coisas estão indo conforme o planejado ou se você precisa se dedicar mais.

É importante que, nesse momento, você não se prenda à quantidade, mas sim à qualidade. Sem dúvida, é muito melhor alcançar duas metas a cada mês, mas trabalhando corretamente, do que programar muitas coisas em um curto espaço de tempo e não conseguir colocar nada em prática. Para finalizar, escolha, no mínimo, duas metas por mês, de cada dimensão, para serem cumpridas.

O segredo para um ano mais feliz

O mês de janeiro, que começa com a festa de “Maria, a Mãe de Deus”, termina com a fes­ta de São João Bosco. Ele, o santo da juventude, realizou obras mara­vilhosas, especialmente no campo da educação da juventude. Dom Bosco afirmou repe­tidamente: “Foi Ela quem tudo fez!”

Dom Bosco, ao contrário do que muitos pensam, era um homem de um temperamento classificado como “colérico”. Um grande empreende­dor, mas uma pessoa irascível desde os seus tempos de menino. Um homem de temperamento muito forte.

"O Senhor nos quer homens e mulheres mansos e humildes de coração", ensina monsenhor Jonas


Como nós conhecemos um Dom Bosco que primava por uma bondade extrema? Que mantinha um relacionamento com todos, espe­cialmente com os jovens; e era cheio de amor, ternura, mansidão, pa­ciência, amabilidade, carinho? Uma pessoa de perfeito autocontrole?

Todas essas qualidades unidas e somadas resultam na palavra italiana “amorevolezza”. Uma linda palavra, mas intraduzível em português. Qual seria, então, o segredo de Dom Bosco?

O segredo é este: consciente do seu temperamento forte, colérico, irascí­vel, determinou-se a “domar” o seu temperamento com o auxílio da graça de Deus, mas também com toda a luta pessoal de um esforço contínuo. Para isso ele escolheu como pro­tetor e modelo São Francisco de Sa­les, o qual, providencialmente, celebra­mos no dia 29 de janeiro.

Francisco de Sales, nobre, inte­ligente, de uma família rica, muito bem sucedido em seus estudos e em todos os seus empreendimentos, era um homem orgulhoso, altivo, vaido­so, autossuficiente e, acima de tudo, portador de um temperamento “colé­rico”. Verdadeiramente uma pessoa irascível e de difícil trato. 

Imagine só! Uma pessoa assim, tornou-se o homem verdadeiramente manso e humilde de coração. O santo da bondade e da ternura. Dom Bosco espelhou-se nele, assumiu o seu segredo e trilhou os seus caminhos.

Com muita humildade, mas com toda a veracidade, eu posso dizer: a Canção Nova tem feito de tudo para viver o espírito de Dom Bosco e se­gui-lo na sua luta e esforço contínuo.

Queremos ser como Francisco de Sales! Queremos nos tornar um ou­tro Dom Bosco!

Foi por isso que assumimos a sua pedagogia: o “Sistema Preventivo de Dom Bosco”.

A Canção Nova assumiu o Sis­tema Preventivo de Dom Bosco e o aplica não só na educação dos nossos alunos, no Instituto Canção Nova, mas também no tratamento de todo esse povo que Deus nos confiou. Este é o segredo da eficácia e do crescimento que o Senhor nos tem concedido.

Esta é uma excelente maneira de desejar a você um Feliz Ano Novo! Viva conosco o desafio de assumir o segredo de Dom Bosco, que é o segredo de São Francisco de Sales. O Senhor quer que nós também sejamos homens e mulheres mansos e humildes de coração, seja qual for o nosso temperamento.

Vamos juntos aplicar, na nossa vida e no nosso relacionamento, com as pessoas que nos cercam, o Sistema Preventivo de Dom Bosco.

Feliz 2013!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Reconhecer que Jesus é o Senhor



Deus nos convida a refletir o Evangelho de São Lucas 18,42: ' Vê; a tua fé te salvou'. Este capítulo conta algumas parábolas e mostra que Deus ouve as orações de quem reza com fé, pois quem exalta o Senhor é atendido.
Diácono Nelsinho Corrêa
Jesus nos mostra os discípulos incapazes de entender todo o sofrimento que Jesus iria passar, assim eles estavam vivendo um cegueira mental e não queriam entender o processo da cruz. Quando nós demorarmos e lutamos para construir algo, ficamos felizes com a nossa conquista.

Jesus apresenta um homem rico que não deseja largar o dinheiro para conhecer Deus, mas, na mesma parábola, o Senhor nos mostra o homem cego que se apresenta a Ele e suplica Sua piedade. Ao aproximar-se do cego, Jesus o curou e o homem saiu para anunciar.

O cego fez a salvação, pois conhecia o Salvador. Mas, muitas vezes, nós não sabemos reconhecer Jesus e não temos fé n'Ele. Quantos de nós, muitas vezes, não temos fé e não somos fiéis a Deus?! Portanto, precisamos reconhecer que é Jesus é o caminho.

O Pai é aquele que veio para cumprir a profecia, pois a Sagrada Escritura dizia que o Salvador viria da família de Davi para nos salvar.

Nós católicos precisamos entregar a nossa vida nas mãos de Deus, assim como o cego fez. Devemos ter fé, principalmente, diante da dor, porque, enquanto está tudo bem, é fácil seguir Jesus Cristo, mas na hora do sofrimento corremos o risco de perder a fé.

Precisamos saber para que estamos rezando e em quem depositamos nossa confiança, porque Deus age no tempo certo. Jesus é o Senhor! Por isso, nós cristãos precisamos ter compromisso com Ele e ir, pelo menos, à Missa aos domingos.

Reconheça que Jesus é o Messias e siga o exemplo daquele homem cego, que curado saiu para seguir glorificando a Deus.
'Precisamos reconhecer que Jesus é o Senhor', disse diácono.

A atitude deste cego é o caminho que todas as pessoas curadas devem seguir depois da conversão ou da cura de uma enfermidade. O Espírito Santo está dentro de nós e mora em nosso coração, por isso Ele nos leva para realizar o bem.

Na hora do desespero e do sofrimento é preciso clamar primeiro por Jesus, da mesma maneira que o cego reconheceu o Senhor. Na hora da dor e do sofrimento somos cegos, porque não conseguimos enxergar e identificar que Deus está ao nosso lado.

Devemos aprender com este cego que, mesmo sem ver o amor e a misericórdia, acreditou e teve fé, porque ela é a certeza daquilo que não conseguimos ver. Nós estamos nas mãos do Senhor; portanto, se Ele quiser as coisas acontecem como planejamos. Mas caso não aconteçam, serão da forma como o Senhor planejou para cada um de nós.

Não importa o tamanho da sua fé, sempre haverá uma luz para iluminar a sua vida. Abra as portas da sua casa e do seu coração para receber as bênçãos de Deus.

A descoberta de Deus na atividade habitual


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Como em Nazaré, como os primeiros cristãos
Para aqueles que são chamados por Deus a santificar-se no meio do mundo, converter o trabalho em oração e ter alma contemplativa, é o único caminho, porque "ou sabemos encontrar o Senhor em nossa vida ordinária ou nunca O encontraremos", afirmava São Josemaria.

Convém que meditemos bem devagar sobre este ensinamento capital de São Josemaria. Neste texto, consideraremos o que é a contemplação; em outras ocasiões, deter-nos-emos no aprofundamento da vida contemplativa no trabalho e nas atividades da vida ordinária.

A descoberta de Deus, na atividade habitual de cada dia, dá aos próprios afazeres seu valor último e sua plenitude de sentido. A vida oculta de Jesus em Nazaré, os anos intensos de trabalho e de oração, nos quais Jesus Cristo levou uma vida comum — como a nossa, se o quisermos —, divina e humana ao mesmo tempo, mostram que a atividade profissional, a atenção dedicada à família e as relações sociais não são obstáculo para orar sempre (Lc 18,1), mas ocasião e meio para uma vida intensa de intimidade com o Senhor, até que chega um momento em que é impossível estabelecer uma diferença entre trabalho e contemplação.

Por esse caminho de contemplação na vida ordinária, seguindo as pegadas do Mestre, decorreu a vida dos primeiros cristãos: «quando passeia, conversa, descansa, trabalha ou lê, o crente ora» (Clemente de Alexandría, Stromata, 7, 7.), escrevia um autor do século II. Anos mais tarde, São Gregório Magno testemunha, como um ideal tornado realidade em numerosos fiéis, que «a graça da contemplação não se dá sim aos grandes e não aos pequenos; mas muitos grandes a recebem, e também muitos pequenos; e tanto entre os que vivem retirados como entre pessoas casadas. Portanto, se não há estado algum entre os fiéis que fique excluído da graça da contemplação, aquele que guarda interiormente o coração pode ser ilustrado com essa graça» (São Gregório Magno, In Ezechielem homiliae, 2, 5, 19.).

O Magistério da Igreja, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, recordou muitas vezes esta doutrina, tão importante para os que têm a missão de levar Cristo a todas as partes e transformar o mundo com o espírito cristão. «As atividades diárias apresentam-se como um precioso meio de união com Cristo, podendo converter-se em matéria de santificação, terreno de exercício das virtudes, diálogo de amor que se realiza nas obras. O espírito de oração transforma o trabalho e, assim, torna-se possível estar em contemplação de Deus ainda que permanecendo nas ocupações mais variadas» ( João Paulo II, Discurso ao Congresso «A grandeza da vida ordinária», no centenário do nascimento de São Josemaria, 12-I-2002, n. 2). 

Assista também: "Joana D'Arc é exemplo de santidade na política", com o papa Bento XVI


Ensina o Catecismo que «a contemplação de Deus na Sua glória celestial é chamada pela Igreja de 'visão beatífica'» (CIC 1028). Desta contemplação plena de Deus, própria do Céu, podemos ter uma certa antecipação nesta terra, um princípio imperfeito (Cfr. Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, q. 12, a. 2, c; e II-II, q. 4, a.1; q. 180, a. 5, c.) que, embora seja de ordem diversa da visão, é já uma verdadeira contemplação de Deus, assim como a graça, embora sendo de ordem distinta da glória, é, não obstante, uma verdadeira participação na natureza divina. Agora vemos como num espelho, obscuramente; depois veremos cara a cara. Agora conheço de modo imperfeito, depois conhecerei como sou conhecido (1 Cor 12, 12. Cfr. 2 Cor 5, 7; 1 Jn 3, 2.), escreve São Paulo.  Essa contemplação de Deus como num espelho, durante a vida presente, é possível graças às virtudes teologais, à fé e à esperança vivas, informadas pela caridade. A fé unida à esperança e vivificada pela caridade «faz-nos saborear antecipadamente o gozo e a luz da visão beatífica, fim de nosso caminhar aqui em baixo» (CIC 163). A contemplação é um conhecimento amoroso e gozoso de Deus e de seus desígnios manifestados nas criaturas, na Revelação sobrenatural e plenamente na Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, nosso Senhor. «Ciência de amor» (São João da Cruz, Noite escura, liv. 2, cap. 18, n. 5), chama-a São João da Cruz. A contemplação é um conhecimento total da verdade, alcançado não por um processo de raciocínio, mas por uma intensa caridade (Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae, II-II, q. 180, a. 1, c e a.3, ad 1).  A oração mental é um diálogo com Deus. Escreveste-me: "Orar é falar com Deus. Mas, de quê?" — De quê? D'Ele e de ti: alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias, fraquezas! e ações de graças e pedidos; e amor e desagravo. Em duas palavras, conhecê-Lo e conhecer-te: "relacionar-se!" (São Josemaria, Caminho, n. 91). Na vida espiritual, este relacionamento com Deus tende a simplificar-se à medida que aumenta o amor filial, cheio de confiança. Sucede, então, que, com frequência, já não são necessárias as palavras para orar nem as exteriores nem as interiores. Sobram as palavras, porque a língua não consegue expressar-se; já o entendimento se aquieta. Não se raciocina, olha-se! (São Josemaria, Amigos de Deus, n. 307).  Isto é a contemplação, um modo de orar ativo, mas sem palavras, intenso e sereno, profundo e simples. Um dom que Deus concede aos que o buscam com sinceridade, aos que põem toda a alma no cumprimento de Sua Vontade com obras e procuram mover-se na sua presença. Primeiro uma jaculatória, depois outra e outra..., até que parece insuficiente esse fervor, porque as palavras resultam pobres: e dá-se passagem à intimidade divina, num olhar para Deus sem descanso e sem cansaço(São Josemaria, Amigos de Deus, n. 296). Isto pode suceder, como ensina São Josemaria, não só nos tempos dedicados expressamente à oração, mas também enquanto realizamos com a maior perfeição possível, dentro de nossos erros e limitações, as tarefas próprias de nossa condição e de nosso ofício, afirmava o santo acima citado.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Tempo de Natal: nasceu para nós um Salvador!

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O amor de Deus invisível se faz visível
O que vamos fazer nestes dias‭ ‬do tempo‭ ‬de Natal,‭ ‬já desde a noite em que Jesus nasceu‭? ‬Voltar os olhos e o coração inteiramente para a figura do Menino envolto nos paninhos que a Mãe trouxe de Nazaré e reclinado‭ ‬sobre as palhas do presépio.‭ ‬Não sentimos‭ ‬desejos de olhar para Ele e Lhe dizer:‭ ‬Meu Senhor e meu Deus‭!‬? Porque esse Menino, que vemos na manjedoura, é Deus feito homem,‭ ‬que vem ao nosso encontro para nos salvar.‭ ‬Tanto amou Deus o mundo‭ – ‬dizia Jesus a Nicodemos‭ – ‬que lhe deu Seu Filho único. O Senhor não enviou o Filho ao mundo para condená-Lo,‭ ‬mas para que o mundo fosse salvo por Ele‭ ‬(Jo‭ ‬3,16‭)‬.

Contemplando este mistério‭ ‬da Encarnação do Verbo,‭ ‬estamos no‭ ‬coração da nossa fé cristã.‭ ‬É um mistério que nos dá a‭ ‬certeza de que Deus é amor e nos quer com loucura.‭ ‬Essa é, ‬precisamente, ‬a certeza que fazia o apóstolo São João exclamar:‭ "Deus é amor‭!" ‬Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco:‭ ‬em nos ter enviado o Seu Filho únicopara que vivamos por Ele‭ ‬(cf. 1‭ ‬Jo‭ ‬4,8-9‭)‬.

Sim,‭ ‬no Natal,‭ ‬o‭ ‬amor de Deus invisível se faz visível.‭ ‬Está aqui,‭ ‬junto de nós,‭ ‬no presépio. São João extasiava-se com‭ ‬essa maravilha da bondade de Deus,‭ ‬que é a vinda‭ ‬do Verbo encarnado,‭ ‬e dizia:‭ 'Ninguém jamais viu a Deus.‭ ‬O Filho único,‭ ‬que está no seio do Pai,‭ ‬foi quem o revelou' ‬(Jo‭ ‬1,18‭)‬.‭ ‬E,‭ ‬cheio de júbilo por tê-Lo conhecido,‭ ‬por ter convivido com Ele‭ ‬durante três anos‭ ‬e ter experimentado o Seu carinho,‭ ‬exclamava:‭ 'Nós o vimos com os nossos olhos,‭ ‬nós o contemplamos,‭ ‬nós o ouvimos,‭ ‬nós o tocamos com as mãos…‭!' (cf.‭ ‬1‭ ‬Jo‭ ‬1,1-3‭)‬ Por experiência própria,‭ ‬podia‭ ‬afirmar:‭ 'Aquele que não ama não conhece a Deus,‭ ‬porque Deus é Amor' (‬1‭ ‬Jo‭ ‬4,8‭)‬.

Jesus é Deus feito homem,‭ ‬que nos ama com toda a força do seu amor divino e humano.‭ Seu amor é grande e verdadeiro, tem os dois sinais claros da autenticidade.‭ ‬Primeiro,‭ ‬é uma doação plena.‭ ‬Amor que não se dá não é amor.‭ ‬Mas não é um‭ ‬dar-se qualquer,‭ ‬é uma doação que visa o‭ ‬nosso bem.‭ ‬E aí está o segundo sinal de autenticidade:‭ ‬todo o verdadeiro amor,‭ ‬ao dar-se,‭ ‬quer bem,‭ ‬ou seja,‭ ‬dá-se procurando o‭ ‬bem da pessoa amada.
E qual é o‭ ‬bem,‭ ‬quais são os‭ ‬bens‭ ‬que Jesus nos traz‭? ‬Todos os bens‭! ‬A vida verdadeira,‭ ‬a vida eterna‭! ‬A felicidade que não poderá morrer‭! ‬Nessa infinita riqueza de bens divinos,‭ ‬podemos distinguir‭ ‬especialmente‭ ‬três grandes tesouros.‭ ‬O tesouro da‭ ‬verdade,‭ ‬que Ele nos ensina‭;‬ o tesouro do‭ ‬caminho‭ ‬do Céu,‭ ‬que Ele abre e nos mostra‭; ‬e o tesouro da‭ ‬vida nova dos filhos de Deus,‭ ‬que Ele ganha para nós na cruz.‭

Tudo isso resumiu-o Jesus numa só frase:‭ ‬Eu sou o Caminho,‭ ‬a Verdade e a Vida‭ ‬(Jo‭ ‬14,6‭)‬.‭ ‬Será que captamos a importância dessas palavras‭?‬ Tentemos arrancar, do fundo delas, a grande luz que encerram,‭ ‬meditando um pouco sobre o seu significado. Jesus nos traz,‭ ‬primeiro,‭ ‬a luz da‭ verdade.‭ ‬Vem-me à cabeça agora o pai de São João Batista,‭ ‬Zacarias‭ – ‬o marido de Santa Isabel‭ –‬,‭ ‬que profetizou o nascimento de Jesus de uma maneira muito significativa.‭ ‬Dizia que‭ ‬a ternura e a misericórdia do nosso Deus nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente,‭ ‬que há de iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz‭ (‬Lc‭ ‬1,78-79‭)‬.‭ ‬Desde antes de nascer,‭ ‬Jesus já é anunciado como o Sol,‭ ‬como a Luz,‭ ‬a Luz da Verdade,‭ ‬que nos guiará para‭ ‬o bem e para‭ ‬a paz,‭ ‬para a paz terrena e eterna.

Isso‭ ‬é‭ ‬o que‭ ‬também‭ ‬diz São João no prólogo do seu Evangelho. ‬Ele era a verdadeira Luz,‭ ‬que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. A luz resplandece nas trevas e estas não a compreenderam‭ ‬(cf.‭ ‬Jo‭ ‬1,9-11‭)‬.‭ ‬Que pena se nós não a recebêssemos! Que pena se nós não a compreendêssemos‭! ‬Porque a verdade que Ele nos traz não é uma verdade qualquer, mas a única‭ ‬verdade-verdadeira,‭ ‬a única verdade que salva:‭ ‬a verdade sobre Deus,‭ ‬sobre o mundo e sobre o homem.‭ ‬Só ela pode dar sentido à nossa vida.

Utilizando-nos de uma comparação do próprio Cristo,‭ ‬podemos dizer‭ ‬que a verdade ensinada por Ele é como a semente na mão do semeador.‭ ‬Pode cair nas pedras ou entre espinhos e morrer‭; ‬ou pode cair numa boa terra e dar fruto‭ (‬cf.‭ ‬Mt‭ ‬13,‭ ‬4‭ ‬ss.‭)‬.‭ ‬Depende de nós. Se procurássemos acolher essa verdade com carinho,‭ ‬seria uma maravilha,‭ ‬seríamos‭– ‬no empenho por edificar a nosa vida‭ –‬ como o construtor de que Jesus falava:‭ ‬'Aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente,‭ ‬que edificou a sua casa sobre a rocha' ‬(Mt‭ ‬7,24‭)‬.‭ ‬Nem a chuva,‭ ‬nem o vento,‭ ‬nem as tormentas conseguiriam derrubá-la.‭ ‬Porque essa verdade nos daria‭ – ‬como diz a Bíblia‭ – ‬um‭ ‬amor forte como a morte' (cf. ‬Cânticos ‬8,6‭)‬.

Se continuarmos a olhar para Jesus Menino,‭ ‬veremos que‭ ‬Ele nos‭ ‬diz também,‭ ‬como‭ ‬já mencionávamos, "Eu sou o Caminho".‭ ‬Toda a vida d'Ele é exemplo e caminho para nós,‭ ‬é como a sinalização luminosa da estrada que conduz a Deus,‭ ‬o roteiro que devemos seguir para nos realizarmos nesta terra e na eternidade.

É por isso que Jesus diz,‭ ‬muitas vezes:‭ 'Segue-me‭!'. Compara-nos às ovelhas que Ele,‭ ‬o Bom Pastor,‭ ‬conduz entre brumas e perigos até‭ ‬o pasto que alimenta e‭ ‬o‭ ‬refúgio seguro.‭ ‬Ele é o Bom Pastor que‭ ‬caminha adiante delas,‭ ‬adiante de nós,‭ ‬indicando-nos o caminho‭; ‬mais:‭ ‬sendo,‭ ‬com o Seu exemplo,‭ ‬Ele próprio o caminho‭. Acontece que o caminho de Cristo é,‭ ‬essencialmente,‭ ‬o‭ ‬caminho do amor.‭ ‬Caminhai no amor‭ ‬– escrevia São Paulo‭ –‬,‭ ‬segundo o exemplo de Cristo,‭ ‬que nos amou e por nós se entregou (Ef‭ ‬5,2‭)‬. 

O amor que é‭ ‬caminho é o amor autêntico,‭ ‬com maiúscula,‭ ‬o Amor que‭ ‬vem de‭ ‬Deus‭ ‬(1‭ ‬Jo‭ ‬4,7‭)‬.‭ ‬Não é fumaça cor de rosa,‭ ‬nem é uma teoria ou só uma paixão que arde e se evapora; é um amor vivo,‭ ‬sincero e realista,‭ ‬que se‭ ‬manifesta,‭ ‬no dia a dia,‭ ‬na prática das‭ ‬virtudes que são como o selo de garantia do amor.

Por isso,‭ ‬aquele que ama esforça-se por ser‭ – ‬com a graça de Deus‭ – ‬generoso,‭ ‬compreensivo,‭ ‬dedicado,‭ ‬paciente‭; ‬e‭ ‬também‭ ‬por ser constante,‭ ‬por ser forte na adversidade,‭ ‬por ser sóbrio e moderado nos prazeres‭; ‬por ser caridoso,‭ ‬gentil,‭ ‬prestativo‭; ‬por ser justo,‭ ‬discreto; ‬por dar a Deus cada dia mais amor,‭ ‬e aos irmãos também.‭ ‬Em suma,‭ ‬por levar a sério a prática das virtudes humanas e cristãs. 

Nunca percamos de vista: aquele que‭ ‬ama‭ ‬faz,‭ ‬age,‭ ‬não fica só pensando e sentindo.‭ ‬É exatamente isso o que‭ ‬nos diz São João,‭ ‬o grande intérprete do amor de Cristo:‭ ‬"Meus filhinhos,‭ ‬não amemos com palavras nem com a língua,‭ ‬mas por atos e em verdade" ‬(1‭ ‬Jo‭ ‬3,18‭)‬.‭ ‬E é claro que isso se aplica tanto ao amor a Deus como ao amor ao próximo.‭ ‬Como diz‭ ‬o mesmo‭ ‬São João:‭ "Temos de Deus este mandamento:‭ ‬quem ama a Deus,‭ ‬ame também a seu irmão" ‬(1‭ ‬Jo‭ ‬4,21‭)‬.

É Natal

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Deus se humilha para que possamos aproximar-nos dEle
Quando chega o Natal, gosto de contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras, que nos mostram o Senhor tão humilhado, recordam-me que Deus nos chama, que o Onipotente quis apresentar-se desvalido, quis necessitar dos homens. Da gruta de Belém, Cristo diz a mim e a você que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã sem hesitações, uma vida de doação, de trabalho, de alegria.

Não conseguiremos jamais o verdadeiro bom humor se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele. Insistirei de novo: vemos onde se oculta a grandeza de Deus? Num presépio, nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora de nossas vidas só se produzirá se houver humildade, se deixarmos de pensar em nós mesmos e sentirmos a responsabilidade de ajudar os outros.
É normal, às vezes até entre almas boas, criarem-se conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas que carecem de qualquer base objetiva. Sua origem está na falta de conhecimento próprio, o qual conduz à soberba, ao desejo de se tornarem o centro da atenção e estima de todos, à preocupação de não ficarem mal, de não se resignarem a fazer o bem e desaparecer à ânsia de segurança pessoal. E, assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, saborear um imenso júbilo, transformam-se, por orgulho e presunção, em infelizes e infecundas!

Cristo foi humilde de coração (cf. Mt 11,29). Ao longo da sua vida, não quis para si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio. Começa por permanecer nove meses no seio de Sua mãe, como qualquer outro homem, com extrema naturalidade. O Senhor sabia de sobra que a humanidade necessitava d'Ele com urgência. Tinha, portanto, fome de vir à Terra para salvar todas as almas, mas não precipita o tempo. Ele vem na Sua hora, como chegam ao mundo os outros homens. Desde a concepção até o nascimento, ninguém - a não ser São José e Santa Isabel - percebe esta maravilha: Deus veio habitar entre os homens!

O Natal também está rodeado de uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem estrondo, desconhecido de todos. Na Terra, só Maria e José participam da divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos anjos. Mais tarde, os sábios do Oriente. Assim se realiza o fato transcendente que une o céu à terra, Deus ao homem!

Como é possível tanta dureza de coração, que cheguemos a nos acostumar a estes episódios? Deus humilha-se para que possamos nos aproximar d'Ele, para que possamos corresponder ao Seu amor com o nosso amor, para que a nossa liberdade se renda não só ante o espetáculo do Seu poder, como também ante a maravilha da Sua humildade.

Grandeza de um Menino que é Deus. Seu Pai é o Deus que fez os céus e a terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio (Lc 2,7) - porque não havia outro lugar na terra - para o dono de toda a Criação. ('É Cristo que passa', 18)

Nosso Senhor dirige-se a todos os homens para que caminhem ao Seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso, tinha enviado aos pastores de Belém, não já uma estrela, mas um de seus anjos (Lc 2,9). No entanto, quer uns quer outros - sejam pobres ou ricos, sábios ou menos sábios - devem fomentar na sua alma uma disposição humilde que permita escutar a voz de Deus. ('É Cristo que passa', 33)

"Hoje, brilhará sobre nós a luz, porque nasceu para nós o Senhor!" Eis a grande novidade que comove os cristãos e, por meio deles, dirige-se à humanidade inteira. Deus está aqui! Esta verdade deve tomar posse de nossas vidas. Cada Natal deve ser para nós um novo encontro especial com Deus, que deixe a Sua luz e a Sua graça penetrarem até o fundo da nossa alma. ('É Cristo que passa', 12)

A Luz de Cristo e as trevas do mundo


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Dentro de nós, já brilha a verdadeira Luz, mas ainda há muitas trevas em nosso coração

No Natal, Jesus Cristo, Luz verdadeira, veio ao mundo; porém, as trevasdo pecado e da morte ainda permanecem.

O Evangelista João usa de muitos símbolos e dos contrários – como luz e trevas – para falar sobre a vinda de Jesus Cristo. O próprio Senhor se apresenta a nós assim: “Eu sou a Luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” (João 8,12). Porém, diante das contradições mundanas como a violência, a fome, as guerras e tantos outros tipos de sofrimento, podemos nos perguntar: “Se o Verbo de Deus veio ao mundo como luz, por que ainda há tantas trevas?”.

A resposta a esta pergunta pode estar muito perto, dentro de nós mesmos. Nesse sentido, a oposição entre 'luz' e 'trevas', usada por João em seus escritos, ajuda-nos a iluminar a nossa vida para enxergar a realidade. A verdade é que, dentro de nós, já brilha a verdadeira Luz, que é Cristo, mas ainda há muitas trevas em nosso coração.

Em alguns momentos de nossas vidas, somos generosos; mas em outros, somos avarentos e mesquinhos. Há situações em que somos bondosos, mas em outras somos maus e, muitas vezes, não nos reconhecemos. Por vezes, reconhecemo-nos altruístas, preocupados com o bem do próximo; em muitas ocasiões, entretanto, somos egoístas, porque nos preocupamos somente com nós mesmos.

Esta oposição entre luz e trevas perdura em nós, ainda que muito lutemos para vencer as trevas do egoísmo, da vaidade, da ganância, da perversidade, pois o próprio Cristo nos alertou: “Sem mim, nada podeis fazer” (João 15,5b). Sem acolher a Luz verdadeira, que é Jesus, não somos capazes de vencer essa luta contra as trevas, que está no mundo e também dentro de cada um de nós.

O Natal, no qual comemoramos o nascimento do Menino Jesus, Filho de Deus, convida-nos a acolher esta Luz que brilha nas trevas do mundo.

Como a Virgem Maria, acolhamos com humildade Jesus Cristo, para que a Sua Luz ilumine as trevas da nossa mente e do nosso coração. A Luz de Cristo nos ajudará a vencer as trevas do pecado e da morte em nós, para que possamos também iluminar este mundo (cf. Mt 5,14). Somente assim poderemos ajudar este universo a vencer as trevas da violência, da fome, da guerra, dos sofrimentos desta vida. Porém, essas trevas estarão sempre presentes até a segunda vinda de Jesus. Então, será enxugada toda a lágrima e não haverá mais luto nem morte, nem grito, nem dor, pois Cristo renovará todas as coisas (cf. Ap 21,4-5). As trevas serão definitivamente vencidas pela Luz e acontecerá o Reino dos Céus.

Na alegria do Natal, do nascimento do Menino Deus e na esperança da Sua segunda vinda, acolhamos a Sua Luz em nossas vidas, deixemos que ela ilumine nossos pensamentos, palavras e ações para que, iluminados por Ele, possamos ser também luz para este mundo (cf. Mt 5,14). Somente em Cristo seremos cheios do Espírito Santo, como João Batista, e anunciaremos, com ousadia, a Sua volta. Nessa expectativa, peçamos à Virgem Maria a docilidade e a humildade para acolher a vontade do Pai em nossas vidas e anunciar o Senhor que vem: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,20b).

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal ( Grupo de Oração Peregrinos da Fé)




Que neste Natal,
eu possa lembrar dos que vivem em guerra,
e fazer por eles uma prece de paz.

Que eu possa lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.

Que eu possa perdoar a todos que me magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.

Que eu lembre dos desesperados,
e faça por eles uma prece de esperança.

Que eu esqueça as tristezas do ano que termina,
e faça uma prece de alegria.

Que eu possa acreditar que o mundo ainda pode ser melhor,
e faça por ele uma prece de fé.

Obrigada Senhor
Por ter alimento,
quando tantos passam o ano com fome.

Por ter saúde,
quando tantos sofrem neste momento.

Por ter um lar,
quando tantos dormem nas ruas.

Por ser feliz,
quando tantos choram na solidão.

Por ter amor,
quantos tantos vivem no ódio.

Pela minha paz,
quando tantos vivem o horror da guerra.


Feliz Natal e  boas festas são os votos do Grupo de Oração Peregrinos da Fé,
para você e toda a sua familia...Felicidades.!!!!



MCS@PeregrinosdaFé


O nascimento do Salvador é o maior presente


Na noite de Natal, muitas famílias se reúnem para celebrar a união e a fraternidade que Jesus nos deixou como ensinamento. Então, prepare o seu coração para receber o Menino Deus em seu lar.
Segundo o sacerdote da Comunidade Canção Nova padre Arlon Cristian este costume de reunir a família é como se repetíssemos a noite em que o Salvador nasceu, pois muitos foram até Belém para visitá-Lo.
“Os momentos em que estamos reunidos é sempre uma grande graça para celebrarmos a unidade da família. Nossa Senhora e Jesus foram visitados por reis e pelos pastorinhos,  os quais foram encontrar o Menino que havia nascido. É por isso que nós, no Natal, recebemos visitas em nossa casa e também vamos à casa das pessoas”, explicou padre Arlon.
Ouça, na íntegra, o podcast da redação:
O Natal é um grande momento de alegria, pois o espírito presente, neste tempo, dever ser de visitar e ser visitado. Assim como os Reis Magos e os pastores, devemos visitar nossos familiares e amigos com coração alegre, pois sabemos que o Messias nasceu.
“Devemos lembrar que o maior presente desta noite é o nascimento d’Ele; não as coisas materiais”, reforçou o sacerdote.
O sentimento, deste dia, deve ser de amor e reciprocidade. Portanto, leve a alegria a todos as pessoas.
“Que seu coração seja um presépio, no qual Jesus nasça neste Natal; que seu coração seja simples como aquela manjedoura e como aquelas palhas que acolheram o Menino Deus”, intercedeu padre Arlon.
Um feliz e santo Natal!

A alegria dos homens


O Natal, nascimento de Cristo se aproxima
Estamos chegando ao fim do Advento, tempo de preparação para o Natal, tempo de alegria! A liturgia nos convida não apenas a voltar nosso olhar para o passado e celebrar o aniversário do nascimento do Salvador, mas também nos convida a olhar para o futuro: a segunda vinda de Cristo.
Ele veio a primeira vez na humildade para iniciar a obra da salvação. Virá uma segunda vez na glória, para concluir a obra iniciada. Será uma vinda misteriosa. Ele mesmo afirmou que ninguém conhece o dia e a hora, a não ser o Pai.
O Advento é um tempo de preparação para o nosso encontro definitivo com Cristo. Encontro que não deve ser temido, mas aguardado ansiosamente. Deve ser desejado, pois será o encontro da noiva com o Esposo, com o Amado.
A comunidade apostólica, em suas assembleias litúrgicas, clamava com alegria: “Maranathá! Vem, Senhor Jesus!”Deus é o ser vivo por excelência. Não só possui a vida em plenitude, mas é Ele a própria fonte da vida. Vive pelos séculos dos séculos (cf. Ap. 10,6;15,7). “O Pai possui a vida por si mesmo”, afirmou Jesus. Nós não possuímos a vida por nós mesmos, não somos criadores de nós mesmos. A nossa vida é um dom de Deus. É o primeiro dom.
À semelhança de Adão, vivemos, porque um sopro divino nos tornou seres vivos. Por isso mesmo, o ser humano, ao tomar consciência de sua presença no mundo, percebe-se como alguém responsável por um dom recebido, responsável por sua vida e pela vida dos outros seres humanos.
A vida é um talento. É um dom a ser administrado para que produza frutos. “Quem ama a sua vida, diz o Evangelho, vai perdê-la”. Quem perde a sua vida, ganha a vida em plenitude. Amar a própria vida é viver só para si, é viver egoisticamente, é deixá-la improdutiva. Perdê-la é gastá-la cada dia para que os outros tenham mais vida.
Cristo referiu-se a perder a própria vida num sentido superior: por causa d’Ele e do Evangelho, ou seja, colocando a própria vida a serviço do Evangelho. Cabe a nós propagá-lo pelo mundo com grande alegria. O fato de conhecer Jesus e fazer com que os outros O conheçam é o motivo de nossa felicidade.
O grande profeta João Batista recorda que ninguém pode viver longe do amor de Jesus. Viver a mensagem de Cristo é viver na verdadeira alegria, a qual não passa. Alegria que tem por alicerce não as coisas do mundo, mas sim o amor de Deus por nós. Essa é a única e verdadeira alegria: Jesus Cristo, Filho de Deus
.

Os personagens da noite de Natal


'Nazaré'
É impossível ao homem passar pela contemplação da Encarnação de Cristo sem que se deixe tocar por tão maravilhoso mistério. Ele precisa apenas encontrar lugar no coração humano, como encontrou no coração de alguns dos personagens da noite de Natal.
Mas quem foram esses homens e essa única mulher que, de alguma forma, participaram daquela noite diferente de todas as outras? O que eles têm em comum conosco, homens do século XXI? Quais suas características? Será que são espelhos para nós?
Elio Passeto, religioso da Congregação Nossa Senhora de Sion, especializado em cultura judaica e residente há 25 anos na Terra Santa, concedeu uma entrevista exclusiva para o Portal Canção Nova sobre este tema.
'Pintura que retrata o campo dos pastores'
- Elio, quem eram os pastores? Eles eram judeus?
Esses personagens são elementos externos do fato que estava ocorrendo, ou seja, do nascimento de Jesus, da manifestação de Deus de maneira concreta na história. Até porque, eles não eram judeus, não eram aqueles que estavam esperando o Messias.
Eles só aparecem depois do nascimento do Menino e são convidados a anunciar o fato. No fundo, eles são os transmissores da Boa Nova à humanidade. Com os pastores, o nascimento de Jesus sai do particular do povo judeu e vai para o quadro universal, para toda a humanidade.
O interessante é que este fato ocorreu à noite, e os pastores estavam aguardando e guardando algo: o rebanho. No momento em que acontece o nascimento, que Deus se faz presente e se revela, eles são aqueles que percebem, porque estão atentos, em sentinela. Usam  a linguagem simples, num primeiro nível, que é o dialeto do pastor, daquele que cuida, que vela. Por outro lado, usam também o vocabulário teológico que traz em si o significado um pouco mais profundo:  eles aguardam por algo novo que está para acontecer.
Nós devemos ser como os pastores de Belém?
'Belém iluminada'
Os pastores representam as pessoas que estão sempre alerta. O cristão é aquele que deve estar atento à percepção de Deus, saber o que Ele está querendo falar, o momento em que Ele está se manifestando em nossas vidas. O Senhor não se manifesta no espetacular, mas no simples, no dia a dia. Somos chamados como pastores a estarmos atentos para percebermos a forma como Deus se manifesta e anunciar que Ele se manifestou.
- E os Reis Magos? Que teologia eles nos trazem?
Os três Reis Magos representam o Oriente, a tradição que antecede o nascimento de Jesus, a tradição bíblica. A ideia dos Reis Magos nos remete à sabedoria, ao conhecimento de um passado importante, de um conteúdo que está sendo transmitido. Eles trazem todo um conhecimento, uma cultura oriental. A nossa fé não nasce no Ocidente, embora ela se expanda e se desenvolva lá, mas ela nasce no Oriente. Os Magos nos recordam esta profundidade histórica de uma fé que nasce em Abraão e tem seu cume em Cristo.
'Herodion, possível local de sepultamento do rei Herodes'
- O rei Herodes é uma ‘figura inquietante’, mas também está presente na noite de Natal.
É o personagem que circula em torno do nascimento. Para nós que vivemos aqui, percebemos que Herodes foi, de fato, uma pessoa importante. Ele deixou grandes construções, foi um homem de grande capacidade de construção. O reinado dele não foi justificado pelo Judaísmo como Saul, Davi e Salomão, mas ele recebeu o título do Império Romano, e o conquistou por meio de forças políticas.  Casou-se com uma mulher judia chamada Mirian para justificar um pouco a proximidade com o mundo judeu, mas matou sua esposa e os dois filhos que teve com ela.
Com a figura de Herodes vemos dois reinados em discussão, mas qual o verdadeiro: o estabelecido por Deus ou pelo homem? Herodes representa o reinado humano de um anti-Deus. Jesus, que está nascendo, traz um reinado para a humanidade, o qual é estabelecido pelo verdadeiro Rei, Deus que se manifesta em meio aos homens.
- São José era este homem idoso que vemos retratado nas imagens?
Se voltarmos um pouco àquele tempo, vamos nos lembrar que uma menina ou um menino de 12 e 13 anos eram considerados adultos na cultura judaica. Quando José e Maria ficaram noivos, ela teria entre 13, 14 anos. Ele era um pouco mais velho  - por volta dos 30 -, mas não era um idoso, de idade avançada como o vemos, muitas vezes, caracterizado no Ocidente.
'Lugar do nascimento de Jesus Cristo'
Maria é a figura chave de todo o processo do Natal. É importante ressaltar que toda resposta que ela deu a Deus foi particular e livre. Ela poderia ter dito ‘não’ ao chamado do Senhor.
É importante ligarmos esse ‘sim’ de Maria com todos os ‘sins’ da história da Bíblia. Mulher atenta, sempre a espera de Deus, a quem dá uma resposta livre ao chamado e à sua missão. Uma missão que dá ao mundo Jesus, Aquele que nasce na pequena cidade de Belém, na Judeia. É a pátria dos antepassados de Davi e, por isso, também chamada de “A cidade de Davi”.
'Tumba de Davi'
Deus tem a pedagogia de escolher a realidade humana, simples e frágil. Ele transforma o fraco, o pequeno. Davi é o modelo típico do homem que quer muito, tem muita força de vontade e é convicto da sua ideia de Deus, mas cai a toda hora, porém, ele traz em si traços importantes para que o Plano de Deus se realize.
Nós temos, de um lado, Davi lutador; do outro, a tradição guarda um Davi que reza, que se planta diante de Deus e pede perdão. Temos este homem composto de fragilidade, mas que, voltando-se para Deus, torna-se forte.
- E Cristo, o personagem principal da noite de Natal?
Deus que se fez carne. O grande problema que se coloca é este, pois não se sabe o que é mais difícil: se é Deus que se fez homem ou se é ver que este homem é Deus. Somos sempre desafiados. O Evangelho mostra, de forma muito clara, que em todo caminhar de Jesus houve um reconhecimento de que Ele era Deus. Mas, no último momento em que Jesus estava com os discípulos, Pedro, no Galicantu, no último momento de julgamento, ainda não havia percebido essa dimensão profunda do Pai no Filho. É o grande desafio do Natal. A proclamação de que, realmente, o Senhor se manifesta no humano. Nossa fé é pós-pascal, depois da experiência profunda de Deus, uma vez morto e ressuscitado, é que podemos compreender que esse Menino nasceu, que esse Menino é Deus.
- Uma mensagem de Natal
Que este seja um tempo de graça. Que cada um possa experimentar esse Deus em profundidade, Aquele que se faz presente, que se faz Menino. Que este nascimento seja realmente motivo de alegria para todos nós.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Lidando com as coisas do mundo

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Aprenda a arte de bem-viver
“A maior ciência não é descobrir novas galáxias ou novas partículas nucleares, mas a descoberta dos segredos dos corações e a sabedoria de compreendê-los”.

Como seria bom se – ao puxarmos a folha do calendário do dia anterior – fosse para o cesto de lixo todas as nossas maldades, problemas e tristezas vividos. Contudo, nada disso acontecerá se, ao iniciar um novo dia, não nascer também em nosso coração o desejo de traçar novas metas ou corrigir outras, nas quais não obtivemos bons resultados.

Apenas “mentalizar” as mudanças que desejamos, sem agir para que estas aconteçam, de nada resolverá.
Viver mudanças, certamente, exigirá de cada um de nós esforço e dedicação, pois, conhecemos nossas fraquezas, medos, inseguranças e incapacidades. Talvez, deixar as coisas como estão seja a atitude mais fácil, rápida, indolor e cômoda. No entanto, estabelecer vínculos de intimidade com os velhos hábitos – que nos aprisionam e nos fazem infelizes – não será uma atitude muito inteligente.

Muitos de nós arrastam situações que não prometem crescimento. Agindo dessa maneira, vamos colocar nossa vida na direção de mais um período de frustrações. A força de que precisamos – para assumir nossas mudanças – vem de Deus.

Podemos assumir novos posicionamentos apenas quando fazemos a retrospectiva sobre aquilo que temos vivido sob a luz d’Aquele em que todas as coisas têm consistência. Tomando posse dessa verdade – de que Deus fala conosco por meio dos acontecimentos e se manifesta, também, por meio de conselhos e experiência de pessoas que nos amam – precisamos convidá-Lo para fazer parte de nossa vida. Assim, as nossas crises e dúvidas agora passam a ser partilhadas com Ele.

Se quisermos que os nossos planos tenham consistência, que venham a perdurar por muitos anos e nos sintamos realizados neles, precisamos romper a casca, onde pensamos estar protegidos, e convidar o Senhor para participar dos nossos sonhos, orientando-nos e nos auxiliando a executá-los.

Saber "lidar com as crises” é também refletir sobre alguns pontos fundamentais para o bom convívio humano. Entre eles, destacamos a ciência de que um bom relacionamento é “uma via de mão dupla”, na qual um precisa respeitar o outro para que o entendimento aconteça.

Que Deus abençoe a nós todos na aventura do bem-viver.

As portas do perdão estão sempre abertas

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Se na Igreja não existisse a remissão, não existiria esperança
O Catecismo da Igreja diz algo muito importante: “Não há  pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. "Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar, com segurança, o seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero." Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em Sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (§982).
Então, nenhum pecador pode se desesperar ou desanimar da salvação; seria falta de fé. Basta uma gota do preciosíssimo Sangue de Cristo para perdoar todos os nossos pecados. No entanto, Ele derramou todo o Seu Sangue por nós. Só não pode ser perdoado o pecador de que tiver o coração endurecido e não corresponder à graça de Deus, fechando-se para o arrependimento; é o pecado contra o Espírito Santo. Neste caso, a falta do perdão não acontece por falta de misericórdia divina, mas por ação do pecador que rejeita o perdão de Deus.

Na remissão dos pecados, os presbíteros e os sacramentos são instrumentos que nosso Senhor Jesus Cristo, único autor e dispensador de nossa salvação, faz uso para apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justificação. Por isso, não podemos fugir deste sacramento como alguns o fazem; ao contrário, frequentemente temos de buscar nele o perdão de nossas faltas para ter a consciência em paz conosco e com Deus. A Igreja chama a penitência de "sacramento de cura".

Santo Ambrósio (340-397), o grande doutor que batizou Santo Agostinho, disse que Jesus quis dar a Seus discípulos um poder imenso: que seus pobres servidores realizem em Seu nome tudo que havia feito quando estava na terra. É melhor confessar-se com um sacerdote, humano e também pecador, que entende a nossa fraqueza, do que se confessar com um anjo que nunca pecou. No sacramento da confissão há uma pedagogia divina que nos leva ao ministro sagrado para não só ser perdoado, mas também ser orientado para livrar-se do pecado, o pior de todos os males. (De Paenitentia 1,8,34)

Vemos, então, que os presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. O Senhor sanciona, lá no alto, tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo, disse outro doutor da Igreja, São João Crisóstomo (349-407) (Sac. 3,5). Santo Agostinho disse que: “Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida e de uma libertação eternas. Demos graças a Deus, que deu à Igreja tal dom” (Salmo 88,2,5).

É preciso perder o medo de errar

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                                                             O humilde não tem
                                                                  medo de errar

Quem se reconhece e se aceita, quem é humilde, não tem medo de errar. Por quê? Porque se, depois de ponderar, prudentemente, a sua decisão, ainda cometer um erro, isso não o surpreenderá, pois sabe que é próprio da sua condição limitada. São Francisco de Sales dizia de uma forma muito expressiva: “Por que se surpreender que a miséria seja miserável?”.

Lembro-me ainda daquele dia em que subia a encosta da Perdizes, lá em São Paulo, para dar a minha primeira aula na Faculdade Paulista de Direito, da PUC (Pontifícia Universidade Católica). Ia virando e revirando as matérias, repetindo conceitos e ideias. Estava nervoso; não sabia que impressão causariam as minhas palavras naqueles alunos de rosto desconhecido. E se me fizessem alguma pergunta a qual eu não saberia responder? E se, no meio da exposição, eu esquecesse a sequência de ideias?

Entrei na sala de aula tenso, com um sorriso artificial. Comecei a falar. Estava excessivamente pendente do que dizia, nem olhava para a cara dos alunos. Falei quarenta e cinco minutos seguidos sem interrupção, sem consultar uma nota sequer.
Percebi, porém, um certo distanciamento da “turma”, um certo respeito. Um rapaz, muito comunicativo e inteligente, talvez para superar a distância criada entre o grupo e o professor, aproximou-se e me cumprimentou: “Parabéns, professor. Que memória! Não consultou, em nenhum momento, os seus apontamentos. Foi muito interessante!"

Respirei, mas, desconfiado, quis saber: "Você entendeu o que eu disse?" Admirou-se com a minha pergunta; não a esperava. Sorrindo, encabulado, confessou-me: "Entendi muito pouco, e, pelo que pude observar, a 'turma' entendeu menos ainda".
A lição estava clara: "Dei a aula para mim e não para eles. Dei a aula para demonstrar que estava capacitado, mas não para ensinar”. Faltara descontração, didática, empatia; não fizera nenhuma pausa, nenhuma pergunta. Fora tudo academicamente perfeito, como um belo cadáver. Fora um fracasso.
Lembro-me também que, quando descia aquela encosta, fiz o propósito de tentar ser mais humilde, de preparar um esquema mais simples, de perder o medo de errar, esse medo que me deixara tão tenso e tão cansado; de pensar mais nos meus alunos e menos na imagem que eles pudessem fazer de mim. E se me fizessem uma pergunta a qual não soubesse responder, o que diria? Pois bem, diria a verdade, que precisava estudar a questão com mais calma e, na próxima aula, lhes responderia. Tão simples assim.
Que tranquilidade a minha ao subir a encosta no dia seguinte! E que agradecimento dos alunos ao verem a minha atitude mais solta, mais desinibida, mais simpática! Uma lição que tive de reaprender muitas vezes ao longo da minha vida de professor e de sacerdote: a simplicidade, a transparência e a espontaneidade são o melhor remédio para a tensão e a timidez e o recurso mais eficaz para que as nossas palavras e os nossos desejos de fazer o bem tenham eco.
Não olhemos as pupilas alheias como se fossem um espelho, no qual se reflete a nossa própria imagem; não estejamos pendentes da resposta que esse espelho possa dar às perguntas que a nossa vaidade formula continuamente: "O que é que você pensa de mim? Gostou da colocação que fiz?" Tudo isso é raquítico, decadente, cheira ao mofo do próprio "eu", imobiliza e retrai, inibe e tranca a espontaneidade. Percamos o medo de errar e erraremos menos.